A baga de sumagre, depois de seca e moída, é usada como tempero em vários países europeus, como França ou Alemanha. Mas em Portugal, mais concretamente na região de Vila Nova de Foz Côa, a cultura do sumagre também existia, apesar de ter sido esquecida há muitos anos.
O município de Foz Côa pretende retomar a cultura deste tempero que, segundo a vereadora da autarquia Ana Filipe, teve muita importância económica durante o final do século XVII e início do século XVIII. A vereadora explica que «naquela altura, o tratamento do sumagre era tão importante como a da vinha atualmente. O produto foi perdendo importância na economia, até que na década de 50 do século passado caiu no esquecimento».
Ana Filipe explica que «esta baga tem um sabor ácido parecido com o limão ou vinagre e são ótimos para temperos de carne ou peixe por intensificar o sabor e atrasa o processo de maturação. Já fiz a experiência e deu excelentes resultados, havendo pessoas interessadas neste produto», no entanto, as gerações mais novas «não conhecem esta planta que existe em grandes quantidades no território duriense e que é muito parecida em vários pontos do globo».
O município de Foz Côa pretende recuperar uma antiga atafona – um moinho para esmagar as bagas e as folhas, na freguesia de Muxagata, para construir um Centro Interpretativo do Sumagre que «vai contar a história deste produto ao longo de séculos e dar a conhecer o seu potencial económico e endógeno, mas também a utilização na área dos curtumes, cosmética e da tinturaria».