Numa comunicação feita ao país este sábado, o primeiro-ministro afirmou que o dinheiro encontrado em envelopes no escritório do seu ex-chefe de gabinete, Vítor Escária, lhe suscitou mágoa pela confiança traída, envergonhou-o e pediu desculpa aos portugueses.
«Sem me querer substituir à justiça, em que confio e que respeito, não posso deixar de partilhar com os meus concidadãos que a apreensão de envelopes com dinheiro no gabinete de uma pessoa que escolhi para comigo trabalhar, mais do que me magoar pela confiança traída, envergonha-me perante aos portugueses e aos portugueses tenho o dever de pedir desculpa», declarou António Costa.
Vítor Escária, que iniciou as funções de chefe de gabinete do primeiro-ministro em 2020, foi detido para interrogatório na terça-feira e nas buscas judiciais ao seu gabinete na residência oficial de São Bento foram apreendidos 75.800 euros em numerário. Poucas horas depois, o primeiro-ministro exonerou Vítor Escária das funções de seu chefe de gabinete.
Após pedir desculpa aos portugueses, o socialista explicou a política de investimentos nas áreas digital e de ambiente que estão diretamente ligadas à Operação Influencer.
Recorde-se que no seguimento das buscas ao Palácio de São Bento e alguns ministérios, António Costa demitiu-se do cargo de primeiro-ministro e Marcelo Rebelo de Sousa convocou eleições antecipadas para o dia 10 de março de 2024.