A semana passada, falei dos óculos com que vemos a realidade, o que nos leva à forma como nos vemos, a nossa Identidade e tema de hoje.
A identidade de uma pessoa evolui e vai-se revelando ao longo do tempo.
Quando afirmamos com segurança eu sou assim e vou ser sempre assim, temos por base muitas ideias pré-concebidas sobre nós próprios, o que pode originar uma identidade cristalizada.
O que é certo, é que cada um de nós é sol e é lua e o mundo precisa tanto do sol como da lua.
Se nos basearmos nos nossos hábitos, conseguimos ver quem somos, sobretudo quando nos orgulhamos do que fazemos.
Por exemplo, eu sou organizada. É fácil qualquer pessoa chegar a minha casa e ver tudo impecável, por uma razão simples, é que eu faço isso há anos, é-me tão natural que eu nem tenho que pensar, faço-o para o meu próprio bem-estar.
Mas nem sempre o ser e o fazer estão em sintonia.
Imaginem um músico que passou a gerir um espaço cultural e por isso deixou de tocar o seu instrumento todos os dias, tal como fazia antes. Se o que se faz no dia-a-dia não estiver alinhado com a nossa identidade, vai existir um conflito interno até a pessoa resolver esta questão consigo própria.
Outra maneira interessante de revelarmos a nossa identidade tem a ver com as pessoas com quem nos relacionamos. Aliás, este tema é tão importante que vou desenvolvê-lo mais tarde.
Já repararam que há pessoas que nos deixam mesmo bem dispostas, e há outras que sugam toda a nossa energia? Umas parecem ter o talento de tirar o melhor de nós, e outras são especialistas em fazer-nos saltar a tampa.
Pois é, o que nos faz saltar a tampa é sempre um bom exercício de autoconhecimento, porque é perante os outros que revelamos as nossas virtudes, defeitos e feitio.
Quando agimos de uma forma que nos dá satisfação, estamos alinhados com a pessoa que gostamos de ser, quando pelo contrário, não apreciamos o nosso comportamento, é sinal que temos espaço de aperfeiçoamento.
Assim se constrói a identidade, limando arestas, sabendo o que se quer, o que se gosta e o que nos traz bem-estar.
A identidade é o exercício de conhecer o nosso essencial, mas também é a ideia da pessoa em quem nos queremos tornar, daí a evolução. Não somos a mesma pessoa que fomos ontem, nem sabemos o que vamos ser amanhã, mas é bom ter apreço pela pessoa que se é hoje, aceitando em nós o que é sol e o que é lua.
Olha e tu, quais são as 5 palavras que definem a tua identidade?