O projecto do “Indoor Snow” de Gouveia, um espaço de lazer em recinto fechado que possibilitará a prática de desportos de Inverno durante todo o ano, além de disponibilizar uma parte comercial e de entretenimento, deu na semana passada um importante passo para a sua concretização. Presente na assinatura do protocolo de constituição da Gaventur, sociedade criada entre o município e cinco empresas privadas, Laurentino Dias, secretário de Estado da Juventude e do Desporto, assegurou que o Governo vai apoiar este investimento de cerca de 3,5 milhões de euros. Só não disse como nem quanto.
A Gaventur – Gouveia, Aventura e Turismo SA integra representantes da autarquia local, da Turistrela, Tavfer (Carregal do Sal), Plataforma SGPS (do grupo Gonçalves & Gonçalves, da Guarda), Manuel Rodrigues Gouveia e a Emotion Tour, da “cidade-jardim”. Álvaro Amaro considerou a assinatura do acordo um «passo de gigante na concretização» do objectivo “Indoor Snow”, um projecto «estruturante, que vai trazer a Gouveia milhares de pessoas por ano», espera. O edil considerou tratar-se de um investimento «muito importante» não só para a cidade, como também para a região e para o próprio país, já que será o primeiro do género em Portugal para a prática de desportos de Inverno em recinto fechado. «Os estudos económicos e de mercado que mandámos fazer indicam que, mesmo com os bilhetes mais baratos de todos os “Indoors” da Europa, o nosso projecto tem assegurada uma taxa de rentabilidade bem interessante», revelou. Contudo, o autarca deixou bem claro ao governante que este investimento «só se efectuará se o Estado português o apoiar financeiramente». Álvaro Amaro garantiu mesmo que o projecto ficará «por aqui» sem essa ajuda, porque «nenhum município “per si” o pode desenvolver».
Perante este aviso, o «”padrinho do projecto”», como o autarca apelidou o governante, não se fez esperar, tranquilizando os promotores: «Eu não vim simplesmente presenciar este acto. Vão ter-me ao vosso lado para defender este projecto quanto a apoios, quer por verbas comunitárias ou nacionais», assegurou Laurentino Dias. O secretário de Estado foi mais longe e disse que a Gaventur pode «contar connosco para estar ao seu lado até ao momento da inauguração», mostrando-se confiante relativamente ao impacto do “Indoor Snow”. «Mais um campo de futebol não traz mais gente a Gouveia, porque há em todo o lado, mas isto pode atrair centenas ou milhares de pessoas ao longo do ano», acredita. Ainda sem local definido para a implementação do projecto de Miguel Krippahl, arquitecto de Seia, Álvaro Amaro anunciou haver já um sítio «referenciado», mas preferiu não o revelar. O autarca também foi prudente em relação ao início da obra: «Depende do cumprimento do que está clausulado. Eu ficaria satisfeito se estivéssemos a iniciar o “Indoor Snow” daqui a um ano, mas frustrado se nos próximos três anos não tivéssemos nada feito», sublinhou.
Também os empresários acreditam no sucesso da iniciativa. Júlio Barbas, presidente da Emotion Tour, disse tratar-se de um «investimento fulcral, que deve ser considerado âncora para Gouveia e para a região da Serra da Estrela», até porque não existe outro em Portugal. «É neve real o ano praticamente todo», refere. Também Fernando Gouveia, da Manuel Rodrigues Gouveia, considerou o “Indoor Snow” um projecto «da maior relevância e importância para a região».
Ricardo Cordeiro