Estão concluídos os trabalhos arqueológicos na maior necrópole ibérica, com 670 sepulturas, localizada em Moreira de Rei, no concelho de Trancoso.
O espaço deverá abrir ao público no início de 2024, anunciou a diretora regional de Cultura do Centro, que visitou recentemente o local. «Estamos a falar de um achado arqueológico de uma importância cultural, patrimonial e histórica bastante significativa. Este é um momento único e especial em que podemos ver todas as sepulturas a descoberto», afirmou Suzana Menezes. A necrópole de Moreira de Rei, situada a 7,5 quilómetros de Trancoso foi alvo de estudo e investigação desde 2018. O levantamento entretanto realizado, que incluiu a limpeza pormenorizada da área junto à Igreja de Santa Marinha, permitiu revelar a imensidão da necrópole e concluiu tratar-se de sepulturas antropomórficas de adultos e crianças, algumas com ossadas ainda visíveis, que remontam a um período entre os séculos oitavo e nono e XII e XIII.
De acordo com a diretora regional, o sítio arqueológico irá agora entrar numa segunda fase de intervenção, que contempla o arranjo daquela área, a reabilitação da igreja onde será instalado um centro interpretativo. Algumas sepulturas ficarão a descoberto, mas a maioria será tapada, até para efeitos de preservação futura.
A intervenção, da responsabilidade da Câmara Municipal de Trancoso, tem um custo total de 329 mil euros, quase 270 mil financiados por fundos europeus, e o restante assumido pela autarquia. Para Amílcar Salvador, autarca trancosense, este é um projeto «de elevada importância», quer para Moreira de Rei e Trancoso, mas também «para a região e para o país». Na sua opinião, a necrópole de Moreira de Rei é «uma mais-valia muito grande» para Trancoso. Para além da igreja de Santa Marinha, datada do século XII, a localidade – que já foi vila e sede de concelho – possui outros dois Monumentos Nacionais: as ruínas do castelo e o pelourinho.