Arquivo

Quinta do Zambito à venda

Um verdadeiro tesouro, que não é para todas as “bolsas”

Há documentos comprovativos de que Quinta do Zambito já foi uma propriedade real. Na carta de arrematação registada no Arquivo Distrital da Guarda, em português arcaico, pode ler-se: «Dom Carlos, por graça de Deus, Rei de Portugal e dos Algarves, etc, Faço saber aos que esta carta de pura e irrevogável venda virem, que, precedendo as diligencias, anúncios e solenidades da lei e estylo, arrematou em hasta publica no ministério da fazenda, no dia trinta de Janeiro de mil oitocentos e noventa e sete a António Marques da Cunha Mantas pela quantia de oito contos e cem mil réis». No mesmo documento: «Hei por bem transmitir-lhe, por irrevogável e pura venda, toda a pofse e dominio que no referido predio tinha a fazenda nacional, para que o arrematante, seus herdeiros e sucessores o gosem, possuam e desfrutem como proprio. Pelo quem mando a todos os ministros, justiças e mais pefsoas, a quem o conhecimento d’esta carta haja de pertences, que, (…) na conformidade do decreto de 25 de novembro de 1853, (…) façam inteiramente cumprir e guardar, sem duvida ou embargo algum, e que o administrador do concelho da Guarda sendo-lhe esta apresentada, depois de encarada a verba de ficarem annotados na repartição de fazenda do distrito os afsentos realtivos ao dito predio, faça dar pofse d’elle ao arrematante, de que se lavrará auto para a todo o tempo constar a referida venda, da qual se não pagou contribuição de registo por assim estar determinado para todas as de similhante natureza. Lisboa, 13 de Março de 1897». Assinado por “El Rei”. De referir, que o arrematante ainda pagou um selo de cem réis. Quantias e histórias de outros tempos.

Patrícia Correia

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