Cara a Cara

«Este Grande Prémio de ciclismo contribui para a promoção destes 16 concelhos enquanto destinos turísticos de qualidade»

Rui 2
Escrito por Efigénia Marques

P – Durante três dias, a região vai ser o palco do Vº Grande Prémio Internacional das Beiras e Serra da Estrela. Qual é a importância de uma prova como esta?
R – Mais do que uma prova de ciclismo que já integra o calendário das provas de referência a nível nacional, o Grande Prémio Internacional Beiras e Serra da Estrela tem o objetivo de contribuir para a promoção e valorização do território e, em particular, dos 16 municípios que integram esta região. Para tal, estamos todos a trabalhar em sinergia: Associação de Municípios da Cova da Beira, Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela, Federação Portuguesa de Ciclismo, municípios e agentes económicos locais desafiados a apoiar este projeto.

P – Na apresentação do Grande Prémio foram destacados vários objetivos em termos de promoção da região. Confia que este evento vai dar-lhe visibilidade e notoriedade?
R – Confio, tanto enquanto presidente da Associação de Municípios da Cova da Beira, como enquanto presidente da Câmara de Pinhel. Aliás, estou certo que todos os municípios envolvidos acreditam neste evento, nas suas potencialidades e no seu retorno, a curto e médio prazo. Todos sabemos bem que o ciclismo tem esse condão de percorrer estradas mais secundárias, que dão a conhecer paisagens singulares, patrimónios únicos e, sobretudo, populações muito afáveis e hospitaleiras. Logo, acreditamos que este Grande Prémio vai dar visibilidade e notoriedade à região.

P – A organização tem a ambição de internacionalizar o Grande Prémio, nomeadamente levando a prova até Espanha. Como está esse objetivo de tornar o evento transfronteiriço?
R – De facto, estando a Associação de Municípios da Cova da Beira envolvida em projetos de cooperação transfronteiriça, entendemos que faz todo o sentido alargar o âmbito geográfico desta prova de ciclismo. O objetivo é fazer a ligação a Salamanca, com passagem pela Serra de Béjar e os contactos já estão em curso.

P – Disse que o «ciclismo é o único desporto que chega à porta das pessoas», acha que a assistência da prova também poderá bater recordes?
R – É essa a nossa expetativa. Efetivamente, o ciclismo é uma das modalidades com mais adeptos em todo o país e também na nossa região, pelo que a passagem de uma prova com 17 equipas, nacionais e internacionais, num total de cerca de 140 ciclistas, por um percurso aproximado de 500 quilómetros, é certamente uma oportunidade que as pessoas vão querer aproveitar. Nas partidas e chegadas sabemos que o entusiasmo ainda é maior, pelo que estamos certos de poder contar com a presença de muito público a aplaudir e incentivar os ciclistas nestes momentos, mas também nas passagens pelos 16 concelhos abrangidos.

P – Quanto ao número de participantes, está satisfeito ou ambicionava que fosse maior?
R – O número de participantes é o expectável para uma prova destas. Como disse, participam 17 equipas, num total de cerca de 140 ciclistas. Mas a verdade é que estamos a falar de um “staff” que ronda as 750 pessoas, o que equivale a dizer que durante quatro dias esta iniciativa traduz-se em cerca de 3.000 dormidas e 9.000 refeições.
É toda uma logística que tem de ser garantida e eu penso que os números apresentados correspondem ao pretendido para esta edição.

P – Qual poderá ser o impacto do Grande Prémio na economia da região?
R – Eventos desta natureza e dimensão têm forçosamente um impacto positivo. Os números que acabei de referir são disso testemunho. Mas a esses números temos de somar outras dinâmicas, que resultam da apetência do público para eventos destes. E se há público, há movimento e isso traduz-se nas economias locais. Além disso, há todo o impacto da projeção e visibilidade dada pela comunicação social que, a seu tempo, também dará frutos. Ao promovermos uma prova de ciclismo que percorre 16 concelhos estamos a dar visibilidade a estes concelhos e a contribuir para a sua promoção enquanto destinos turísticos de qualidade, onde se respira ar puro, onde se vive história, onde há todo um conjunto de experiências para desfrutar, onde há bons vinhos e excelente gastronomia, onde há cada vez mais ofertas de alojamento diferenciadoras e, sobretudo, onde as pessoas são amáveis e hospitaleiras por natureza.

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RUI VENTURA

Presidente da Associação de Municípios da Cova da Beira

Idade: 51 anos

Naturalidade: Pinhel

Currículo (resumido): Presidente da Câmara Municipal de Pinhel desde 2013. Antes disso, foi Vereador e Vice-Presidente (2005-2013) e Adjunto do Presidente (2001-2005). Presidente da Associação de Municípios da Cova da Beira desde 2022. Dirigente político no seu partido de sempre, o PPD/PSD, ao longo dos últimos 36 anos. Dirigente Associativo em diversas coletividades do concelho de Pinhel, sendo Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Pinhel desde inícios de 2023.

Livro preferido: “Os Pilares da Terra”, de Ken Follett

Filme preferido: “Top Gun”, de Tony Scott

Hobbies: Desporto, motos e animais

Sobre o autor

Efigénia Marques

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