A Câmara do Fundão continua a promover a cereja, dentro e fora do país. Desta vez, a caravana promocional deslocou-se à cidade alemã de Colónia, palco do primeiro jogo de Portugal no Mundial de Futebol.
Embora duvide da eficácia deste tipo de acções de marketing, aceito que seja uma boa forma de promover a região, mas parece-me que os montantes envolvidos poderiam ser aplicados em actividades com mais retorno para produtores, comerciantes e hoteleiros da região.
Vamos a dois exemplos: o Festival da Cereja organizado pela Escola Profissional do Fundão é uma actividade com um potencial inexplorado. As naturais limitações financeiras da escola impedem grandes voos mas, ainda assim, o festival deste ano incluiu feiras de artesanato, do livro e da cereja, uma passagem de moda, um passeio BTT e, naturalmente, as habituais refeições à base de cereja. Com uma estrutura extremamente leve, a escola trouxe até à região escolas de vários pontos da Europa e conseguiu atrair algumas centenas de visitantes. Estou convencido que, com outro orçamento, este festival poderia ganhar lugar no calendário gastronómico nacional.
Num outro plano, a Câmara organiza esta semana a Feira da Cereja, um evento que inclui actividades em Alcongosta e envolve muitos dos restaurantes da região.
Se o primeiro evento foi notícia à escala regional, o segundo tem projecção nacional devido à campanha publicitária paga pela Câmara. Porém, o retorno acaba por ser reduzido, pois o programa pouco ousado não parece ter capacidade para fazer desta feira um cartaz turístico de dimensão nacional.
A concentração destes dois eventos numa só semana – mais algumas actividades de lazer e um grande concerto – daria origem a um grande Festival da Cereja capaz de marcar a agenda mediática e encher a região de turistas. Basta que as entidades envolvidas – Câmara, Escola Profissional, produtores e comerciantes – se sentem à mesa e aproveitem as potencialidades locais – meios e recursos humanos – para que já em 2007 nasça um evento marcante para a região.
Nota: Vale a pena alargar a imagem da Cereja do Fundão aos vendedores que estão ao longo na EN18? Com meia-dúzia de chapéus-de-sol iguais e outras tantas bancas podia dar-se alguma dignidade aos pontos de venda, promovendo a cereja e associando algum artesanato local à sua venda.
Por: João Canavilhas