«Este é um projecto de coesão nacional posto ao serviço do desenvolvimento das regiões do interior». Foi deste modo que o ministro do Ambiente, Nunes Correia, caracterizou a ETA – Estação de Tratamento de Água do Caldeirão, inaugurada na última terça-feira. A nova infraestrutura, que integra o Subsistema de Abastecimento do Caldeirão, explorado pela empresa Águas do Zêzere e Côa (AZC), vai servir o concelho da Guarda e parte do município de Pinhel.
De acordo com a AZC, a ETA do Caldeirão, localizada mesmo à entrada da aldeia de Pêro Soares, é «determinante» para o abastecimento de água «em qualidade e quantidade» às populações dos concelhos da Guarda e Pinhel. Para além da ETA, o Subsistema de Abastecimento do Caldeirão é constituído por uma captação de água, localizada na albufeira do Caldeirão, três reservatórios, cinco estações elevatórias e cerca de 152 quilómetros de condutas, tendo sido dimensionado para abastecer cerca de 24 mil metros cúbicos de água por dia a uma população residente de 58 mil habitantes e a uma população flutuante de 13.100 habitantes. Representando um investimento de cerca de 11 milhões de euros, comparticipado em 63 por cento pelo Fundo de Coesão da União Europeia, a operacionalização deste subsistema «vem garantir a quantidade e a qualidade da água abastecida a toda esta área, dando um importante contributo para a melhoria da qualidade de vida das populações servidas». Realçando a importância deste investimento, Nunes Correia falou na realização de um «grande sonho de coesão nacional» que possibilita a capacidade de «exigir que a qualidade de água que um cidadão bebe nos locais mais remotos da Beira Interior seja exactamente de acordo com o mesmo padrão da água que um cidadão de Lisboa, Porto, Madrid ou Paris bebe», enaltece. Neste sentido, a ETA vai garantir «níveis de desenvolvimento e de satisfação da população», reforça.
Já Sérgio Hora Lopes, presidente do Conselho de Administração da AZC, considerou que a estação do Caldeirão é «um passo para o desenvolvimento e a sustentabilidade do território». Por outro lado, salientou que a AZC está a construir infraestruturas, a criar empregos «qualificados» e a «dinamizar o tecido económico local». Por seu turno, Joaquim Valente, presidente da Câmara da Guarda, sublinhou que o equipamento vai «melhorar o abastecimento em termos de qualidade de água ao concelho». O autarca reconheceu ter sido feito «um grande investimento», embora tenha frisado que «ainda é preciso resolver alguns problemas pendentes para melhorar ainda mais», realçou. Também na terça-feira, Nunes Correia inaugurou a Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) do Fundão. Esta nova infraestrutura integra o Subsistema do Fundão que serve as populações da cidade fundanense, bem como das freguesias de Alcaide, Alcongosta, Alcaria, Aldeias de Joanes, Aldeia Nova do Cabo, Donas, Fatela, Peroviseu, Souto da Casa e Valverde.
Ricardo Cordeiro
