P – O que é o Divertimento Music Camp e como surgiu a ideia?
R – Faz parte de um evento maior que é o Bendada Music Festival, que existe desde 2016 e tem-se realizado anualmente no Verão e, em 2023, na oitava edição, alargámos o programa para o tornar num evento que tem aulas e concertos durante todo o ano. Estamos a fazer uma temporada de concertos que começou em dezembro, temos concertos todos os meses, alguns aqui na Bendada, mas também já fizemos em Lisboa e em Boston, nos Estados Unidos. Além disso, temos dois programas intensivos para alunos, sendo que Divertimento Music Camp é dedicado aos mais novos, com idades entre os 8 e 13 anos. Depois no Verão, de 21 a 30 de julho, vamos ter outro programa para alunos mais velhos, a partir dos 14 anos. No Divertimento Music Camp temos alunos de piano, violino, violoncelo, flauta e guitarra, que estão connosco toda a semana, têm aulas de instrumento, “ensembles” instrumentais e de formação musical, entre outras atividades. Temos 17 participantes, a maioria vem de fora, de Lisboa, Mafra, Ericeira, Covilhã, Fundão, Pinhel e de Vila Nova de Foz Côa. Do concelho do Sabugal temos um ou dois.
P – E qual é o principal objetivo desta atividade?
R – É os alunos continuarem o trabalho que já desenvolvem durante o ano, conhecem novos talentos, contactam com alunos que vêm de outras zonas do país, têm aulas com professores diferentes. O objetivo é também fazerem música em conjunto, conhecerem novos amigos e depois trazê-los todos à Bendada para verem o que tem a região e a aldeia. Queremos também que aproveitem a vista fantástica, que os ajuda a estudar.
P – E quanto ao Bendada Music Festival deste ano, o que nos pode adiantar?
R – Começámos esta temporada de 2023 no último dia de dezembro. Desde aí temos apresentado concertos todos os meses, alguns aqui na Bendada, já tivemos recitais nos Estados Unidos, em Lisboa, e vamos continuar até ao Verão. Em julho haverá uma semana intensiva, com aulas e concertos protagonizados por alunos mais velhos, mas continuaremos também a apresentar concertos por toda a região, com a nossa Orquestra Sem Fronteiras e o maestro Martim Sousa Tavares. Vamos ter dois concertos sinfónicos, um na Bendada e outro no castelo do Sabugal. Estamos à espera de receber alunos que vêm de todo o mundo para o curso de Verão.
P – A iniciativa tem corrido dentro das expetativas, qual é o “feedback”?
R – Desde que começámos, em 2016, tem sempre superado as expetativas. Começamos com o festival durante cinco dias, em que tivemos cerca de 25 participantes e, neste momento, todos os anos temos mais de uma centena de participantes em todos os programas. Este ano alargarmos o programa a nível Internacional e ainda com mais alunos do que nos anos anteriores. Portanto, penso que tem superado as expetativas. Temos conseguido levar o nome do festival a vários sítios do país e ao estrangeiro, o que também tem contribuído para atrair mais pessoas para virem no Verão, quando culmina a temporada.
P – Têm algum tipo de apoios, parcerias de entidades privadas ou públicas? Como conseguem organizar-se ao longo de toda a temporada?
R – Desde o início que temos tido o apoio do município do Sabugal e da Junta de Freguesia da Bendada. Contamos ainda com outras entidades particulares que cada ano vão apoiando o festival. Mas estamos sempre à procura de mais patrocínios e colaborações, e a cada ano temos conseguido criar parcerias diferentes para que o festival continue a crescer. Temos também a sensibilidade de fazer donativos para apoiar o projeto e temos também um grupo de voluntários que nos ajuda nos vários eventos que temos.
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INÊS ANDRADE
Idade: 33 anos
Naturalidade: Lisboa
Profissão: Pianista/Professora de Piano
Currículo (resumido): Licenciatura e o Mestrado em Performance e Ensino da Música, na Escola Superior de Música de Lisboa, com as mais elevadas classificações, tendo-lhe sido atribuído, por duas vezes, o prémio do IPL de “Melhor Aluno do Ano”. Prosseguiu os seusestudos nos Estados Unidos, obtendo o Mestrado em Música na New York University e o Doutoramento em Artes Musicais na Boston University. Foi professora adjunta na NYU Steinhardt e professora assistente dos departamentos de piano e teoria musical na Boston University. Desde setembro de 2022, é professora convidada de piano e música de câmara na Escola Superior de Música de Lisboa. É co-fundadora e diretora artística do Bendada Music Festival.
Livro preferido: O Cântico dos Nomes de Norman Lebrecht
Filme preferido: Trading Places de John Landis
Hobbies: Ouvir música, ler, yoga, passear na natureza
