A propósito da carta aberta ao presidente da Câmara

Acabo de ler a vossa publicação, da autoria do Professor Carvalho Rodrigues “Eutanásia Social – carta aberta ao Sr. Presidente da Câmara” e não cheguei a perceber, muito bem, onde quer chegar com essa iniciativa.
Na realidade, o atual presidente da Câmara da Guarda não ganhou as eleições, o seu antecessor é que as perdeu dado que lhe atribuiu pelouros dos quais não deveria ter abdicado e que eram os mais significativos nas relações com as populações.
O atual presidente já tinha, enquanto vereador, os pelouros da proteção civil, recursos humanos, obras públicas e particulares, tutelava diversas empresas municipais, etc. Departamentos de que não abdicou e detém atualmente.
Como bem reporta o Arq. Souto Moura, «onde é mais forte a corrupção em Portugal é no poder local…». Eu chamo a esses poderes o “novo feudalismo” e o “Senhor Feudal” é encarnado pelos presidentes da Câmara, ao ponto de nada se fazer nas freguesias sem que tenha a bênção de tais senhores, além de serem os maiores empregadores, sobretudo nas regiões do interior.
Na Guarda, temos tido pouca sorte com os políticos. Apesar de ser o único concelho e capital de distrito no país onde confluem duas autoestradas e duas linhas de caminho-de-ferro, continua a não se vislumbrarem investimentos de monta, criadores de postos de trabalho.
Se até os da terra foram maus políticos, como podemos agora queixar-nos dos de fora?
O professor Carvalho Rodrigues, também, não deixa de ter culpas no cartório. Por lá esteve (PAM) e pactuou com certas situações. Nunca respondeu a uma carta que lhe fiz chegar sobre um assunto muito concreto. Como diziam os antigos, “colhemos do que semeamos”.

Evaristo Branquinho

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