A requalificação da Avenida Cidade de Bejar e zona envolvente, na Póvoa do Mileu, é a primeira obra do projeto de regeneração urbana que a Câmara da Guarda pretende fazer nos próximos anos e que batizou de “Viver a Guarda”, com intervenções a desenvolver no eixo central da cidade e nas ruas de alguns bairros.
O anúncio foi feito por Sérgio Costa na segunda-feira, na cerimónia de assinatura do auto de consignação da empreitada à empresa António Saraiva & Filhos por 715 mil euros. O prazo de execução é de nove meses e o objetivo dos trabalhos é melhorar a segurança rodoviária e a fluidez do trânsito no local, bem como disponibilizar mais estacionamento junto aos edifícios habitacionais e empresas ali existentes. A intervenção inclui também arranjos urbanísticos e a colocação de ilhas ecológicas no subsolo. «Esta obra é necessária e pedida pelos residentes nesta zona da cidade, mas também por quem aqui passa diariamente, para conferir mais segurança aos automobilistas e peões e ir de encontro às pretensões dos estabelecimentos comerciais que aqui existem», disse o presidente da Câmara na sessão, destacando o aumento «em cerca de 60 a 70 por cento» dos lugares de estacionamento.
Sérgio Costa adiantou que o município ainda não tem financiamento garantido para a empreitada, que doi consignada «a pensar já no próximo quadro comunitário». Entretanto, a autarquia está a concluir o projeto para «a continuidade da requalificação da Rua Vila de Manteigas até à entrada da Tapada do Coelho». «Tudo isto não seria possível se não fizéssemos opções políticas. Quando decidimos não realizar a FIT é porque a nossa primeira opção será sempre a reabilitação urbana – qualquer evento ou iniciativa que façamos tem que ter um orçamento equilibrado e não megalómano sob pena de colocarmos em causa outras realizações que temos que fazer e que são tão necessárias na nossa cidade», garantiu o autarca independente.
Sérgio Costa lembrou que o arranque da requalificação da Avenida Cidade de Bejar e zona envolvente é «o cumprimento» do programa eleitoral do movimento “Pela Guarda”. «Deixem-nos trabalhar e certamente os resultados irão aparecer», prometeu, assumindo que a regeneração urbana «é talvez o projeto mais ambicioso» para os próximos anos: «Vemos a necessidade de intervir no Bairro do Bonfim, no eixo central da cidade, entre a Misericórdia e o hospital, e de reabilitar todas estas ruas. Mas não estalamos os dedos e as obras começam no dia seguinte, é preciso fazer projetos – não há nenhum – e candidatá-los aos fundos comunitários porque estamos a falar em muitos milhões de euros. Por isso é preciso planeamento financeiro ao longo destes anos», declarou o presidente da Câmara, que também se compromete a intervir nas aldeias, um trabalho que «não se conseguirá fazer em quatro anos, vai demorar o seu tempo».
Empresários pedem explicações
Apresentada a solução para esta zona da capela do Mileu, dois empresários questionaram a opção do estacionamento e a não inclusão de áreas de cargas e descargas. Foi o caso do responsável da Academia de Música Diplix. Dizendo ter ficado «totalmente de acordo» com a requalificação, David Neves ficou «um pouco reticente» relativamente aos estacionamentos. «Vão mudar para espinha, havendo aqui maioritariamente empresários de prestação de serviços ajuda sempre ter mais algum espaço. Depois há também as carrinhas dos estabelecimentos que ocupam dois ou três lugares e a questão das cargas e descargas que não foram contempladas. Vamos fazer esta exposição por escrito porque não fiquei esclarecido», admitiu.
Já a «preocupação» de Vítor Almeida, da Traçoinox, é haver um estacionamento privado para o prédio em frente no topo da área a intervencionar: «Ora se é assim, esta reabilitação vai incidir sobre propriedade privada. Será que a Câmara tem isso em atenção? O meu receio é que o condomínio do referido prédio possa embargar a obra e fazer arrastar os trabalhos até resolver o litígio. O resto do projeto acho ótimo, está fantástico», considerou o empresário. Na resposta, o presidente da autarquia assegurou «algumas das situações serão resolvidas no decurso da obra, indo ao encontro de quem aqui mora e trabalha».
Luís Martins
Não seria muito mais prioritária a Av. de S. Miguel, votada ao abandono durante anos? Nesta estrada, de ligação tão importante, não se anda, navega-se, mas sob empedrado tenebroso e perigoso….