No final de uma semana dedicada ao distrito da Guarda, Luís Montenegro afirmou que o país tem futuro, mas que é preciso acreditar «em todas as regiões». Em Celorico da Beira, onde visitou a feira do queijo na sexta-feira, o líder do PSD fez um balanço da iniciativa “Sentir Portugal”, durante a qual recolheu opiniões, sugestões, ouviu lamentos e conheceu também «coisas boas».
«Fico muito feliz por verificar que há jovens empreendedores que procuram territórios de menor densidade, como é o caso do distrito da Guarda, pude contactar alguns que vieram inclusivamente de zonas como Lisboa e do Porto.
Pude também ver aquilo que é a raça desta gente, de preservar e manter atividades económicas muitas vezes estando no limiar da rentabilidade tais são os custos elevados que aqui as operações económicas comportam, nomeadamente ao nível das acessibilidades, da energia, da falta de mão de oba», declarou o presidente do PSD. «Vi na agricultura, na indústria, no turismo, pessoas resistentes e resilientes que querem, com os autarcas da região, contrariar aquilo que parece uma fatalidade, que é o despovoamento desta zona», acrescentou.
Luís Montenegro adiantou que vai da Guarda com «a convicção» que os poderes públicos têm de ter «a coragem de deixar de falar tanto da coesão e levar à execução das políticas com uma discriminação positiva destes territórios. «Sem haver serviços de saúde com qualidade distribuídos no território, sem haver boas escolas com o quadro de professores completamente preenchido, sem haver políticas públicas de habitação, sem haver aposta na cultura, no desporto, no lazer, não vamos dar condições de vida às pessoas para se manterem aqui, nomeadamente às mais novas», sublinhou o líder social-democrata. E recordou que a coesão territorial é uma prioridade do PSD no processo de revisão constitucional iniciado esta semana: «Queremos inscrever na lei fundamental do Estado o princípio da coesão, da criação do concelho da coesão territorial e da representação dos distritos menos povoados com um fator de território em termos de mandatos na Assembleia da República», recordou Luís Montenegro.