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Guarda sem fogos depende de todos

Ministro da Administração Interna apresentou o dispositivo distrital para o combate aos incêndios

O Ministro de Estado e da Administração Interna, António Costa, veio à Guarda apresentar o dispositivo distrital disponível para o combate aos incêndios, na passada segunda-feira. O parque de estacionamento do Mercado Municipal foi o palco escolhido para apresentação do novo “teatro das operações”. O reforço na formação, a protecção individual e um novo veículo de comunicações foram algumas das novidades.

«Todos devemos colaborar para que este seja um ano com menos fogos», apela António Costa, o que vai implicar «um grande esforço na limpeza da floresta», acrescenta. O Ministro sublinhou ainda que é também «preciso evitar determinados comportamentos de risco», uma vez que a maioria dos incêndios que ocorrem em Portugal «acontecem por negligência ou por incúria». Mas deixa outros alertas. «Tivemos um Inverno chuvoso e o mato rapidamente será um perigoso combustível», frisa. O governante chegou mesmo a dar exemplos de atitudes que os cidadãos devem evitar, nomeadamente, «não se deve fumar na floresta ou perto, não se pode lançar foguetes ou utilizar máquinas agrícolas nos dias críticos». No entanto, a erradicação destes comportamentos «depende de cada um de nós», frisa o governante. Por isso, o Ministro apelou a todos os cidadãos, presidentes de Junta de Freguesia e demais autarcas para promoverem a limpeza das florestas. António Costa assegurou que está tudo pronto para a época de incêndios que está à porta: «O dispositivo está preparado, com os meios aéreos contratados e com todo o equipamento de protecção individual». Para melhorar a protecção individual dos bombeiros do distrito da Guarda serão atribuídos 308 capacetes florestais, 308 abrigos florestais, 616 pares de luvas, 616 cógulas, 1.232 pares de calças e 1.232 dólmens. E mais. Em Junho, será entregue uma viatura de comunicações ao comando distrital.

O dispositivo de Defesa da Floresta Contra Incêndios entra em acção no próximo dia 15 e prolonga-se até 30 de Junho, (fase “bravo”), enquanto de 1 de Julho a 30 de Setembro decorre a fase “Charlie”. Durante esta última, que é a de maior empenhamento, o dispositivo contará com 22 corpos de bombeiros, 46 equipas de combate a incêndios, 10 equipas Logísticas de Apoio ao Combate, 16 elementos de apoio logístico, três equipas helitransportadas e oito comandantes de permanência às operações, o que dá um total de 304 elementos equipados com 64 veículos. E ainda quatro equipas do Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente da GNR, cinco equipas do Núcleo Florestal da Beira Interior, cinco equipas de vigilantes da natureza do Instituto de Conservação da Natureza, 24 equipas de sapadores florestais, 10 equipas de vigilantes das Câmaras Municipais, o que perfaz um efectivo de 267 elementos distribuídos por 48 veículos. Também será activada uma «base distrital de apoio logístico» que garantirá estacionamento, alimentação e aprovisionamento dos meios de reforço exteriores ao distrito, explicou o comandante operacional distrital, António Fonseca.

Menos área ardida, mas maior risco de incêndio

Os bombeiros e demais agentes terão sob sua vigilância 183 mil hectares de área protegida distribuída pelo Parque Natural da Serra da Estrela, Parque Natural do Douro Internacional e Reserva Natural da Serra da Malcata. Apesar do distrito da Guarda não ter sido o que teve a maior área florestal ardida no Verão passado, foi o que registou o maior número de dias com risco 4 (muito alto) e 5 (máximo). Para melhorar a organização dos teatros de operações «houve um reforço da formação», revela António Fonseca. Assim, até ao final deste mês, 21 elementos de comando e 13 chefes terão frequentado acções de formação no âmbito da organização de postos de comando e de grupos de combate a incêndios florestais. Na área das comunicações está prevista a conclusão da reformulação da rede rádio. Por outro lado, há uma nova organização do Comando Distrital de Operações de Socorro «com a inclusão do segundo Comandante» e uma nova filosofia de articulação das forças de combate «com a vigilância e detecção sob a responsabilidade da GNR», através de um oficial de ligação no Comando Distrital de Operações de Socorro, constata o comandante.

Mais meios aéreos para Castelo Branco

O distrito de Castelo Branco vai poder contar, durante os meses de Maio e Junho, com a presença de três meios aéreos permanentes (um helicóptero e dois aviões). Em relação ao ano passado, há menos um helicóptero, para além da redução em 7,9 por cento do dispositivo terrestre. No entanto, na fase de Julho a Setembro – onde se concentram a maioria dos incêndios – o distrito poderá contar com sete meios aéreos (três helicópteros e quatro aviões), mais um que no último ano, enquanto que o dispositivo terrestre cresce 16 por cento em relação a 2005. Para esta fase, está prevista também a mobilização de 310 bombeiros e 66 viaturas, a par de 115 sapadores florestais com 23 veículos.

Patrícia Correia

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