«A Beira Interior tem de aproveitar a “boa onda” do mercado nacional e internacional»
P – Foi eleito por unanimidade para o segundo mandato na presidência da Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior. Quais são as prioridades que destaca para o novo mandato?
R – Em concreto, pretendemos continuar o trajeto ascendente que se tem verificado. Este último ano, de 2022, as vendas de vinhos da Beira Interior cresceram mais de 43 por cento face ao ano anterior, o que é notável para o contexto em que estamos, fruto também de continuarmos a apostar na questão da internacionalização, em que vendemos cerca de 30 por cento – portanto, uma em cada 10 garrafas de vinho da Beira Interior vai para exportação para mais de 30 países. E, obviamente, também queremos desenvolver a rota dos vinhos e tudo o que estiver associado ao enoturismo porque essa é uma área que está a crescer também de forma exponencial em termos de mercado nacional e internacional e na Beira Interior temos também que aproveitar essa “boa onda”, digamos assim.
P – O prestígio dos vinhos da Beira Interior está a aumentar, o que podem esperar os consumidores?
R – Eu sou suspeito para falar sobre o prestígio dos vinhos, porque vejo as coisas de uma forma pouco isenta. Mas obviamente que o prestígio dos vinhos da Beira Interior e da própria organização tem vindo a aumentar ano após ano e, por isso, eu e a equipa que me acompanha trabalhamos todos os dias para fazer mais e melhor pelos nossos vinhos e pelo nosso território – que é um território de excelência. Nesta zona temos mais-valias, como as Aldeias Históricas, os castelos, as reservas naturais, aos passadiços, a gastronomia, etc. Temos muita coisa para mostrar no nosso território e muitas coisas para potenciar.
P – Para este novo mandato o que podemos esperar da equipa da Comissão Vitivinícola e de si, enquanto presidente?
R – O que podemos esperar e o que podemos prometer, tanto eu como a equipa que me acompanha, é que vamos continuar a vestir a camisola dos vinhos da Beira Interior, cada vez mais empenhados. Mas também precisamos dos nossos associados e da colaboração de todos. Costumo dizer que “todos somos poucos” aqui no território para puxar pela região e contamos com os mais diversos parceiros… Com o nosso consumidor final, porque sem ele, que está no fim da linha é muito difícil. Se conquistarmos os clientes, eles ajudam-nos a crescer de uma forma sustentável e a conseguir pagar os vinhos cada vez a melhor preço. Quando temos um cliente que está, por exemplo, nos Estados Unidos e compra uma garrafa de vinho da Beira Interior, uma parte desse dinheiro vai para o viticultor de Pinhel, de Figueira ou do Fundão e esse é o nosso objetivo – quanto mais riqueza gerarmos na região, melhor é para todos. É esse o compromisso que temos com os nossos associados e que prometemos para os próximos três anos.
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RODOLFO QUEIRÓS
Presidente reeleito da Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior
Idade: 48 anos
Naturalidade:Marco de Canaveses
Profissão: Engenheiro agrónomo
Currículo: Licenciado em Engenharia Agrícola pela Escola Superior Agrária de Viseu, com uma Pós-Graduação em Marketing de Vinhos pela Escola Superior Agrária de Ponte de Lima; Detentor do Nível 3 pela Escola Britânica Wine & Spirit Education Trust (WSET); Coordenador da Pós-Graduação em Enoturismo no Instituto Politécnico da Guarda; Vice-presidente da Associação das Rotas de Vinhos de Portugal; Formador na área do Curso de Escanção (Atlas do mundo dos vinhos) no Turismo de Portugal e de Enogastronomia no Turismo de Portugal; Provador em vários concursos nacionais e internacionais
Livro preferido: “Equador”, de Miguel Sousa Tavares
Filme preferido: “A Vida é Bela”, de Roberto Benigni
Hobbies: Viajar com a família e amigos, praticar algum desporto.