21 anos; 80 quilómetros; 1 hora e 30 minutos de estrada. Três dados relacionados com a minha chegada à cidade mais alta – que ocorreu aos 21 anos de idade depois de percorrer 1 hora e meia de viagem para fazer 80 quilómetros a apreciar vários concelhos do interior do país. É a terceira cidade onde resido, sendo que as três se situam na região Centro. Terei eu medo do litoral, do estrangeiro, do norte e do sul? Ou será mais fácil viver no interior centro?
É difícil estabelecer objetivos para uma vida que nem nós sabemos de quantos anos será. No máximo temos a certeza que o cronómetro chegará ao zero… só não sabemos quando. Então por isso estabeleço objetivos para “amanhã” e rezo a mim mesma para conduzir sempre na autoestrada do sucesso – que será provavelmente a única cujas portagens não me esquecerei de pagar… e, no final, se por azar chegar alguma multa por falta de pagamento… a coima será o reconhecimento de um trabalho esforçado e apaixonado (se for como eu desejo).
O interior tem oportunidades. Tem recantos especiais. Tem espaço para os apaixonados. Considero que é uma floresta de experiências que nos potenciam.
Já se passaram uns meses desde que viajei pela primeira vez até à Guarda. Agora… os 80 quilómetros de estrada, a hora e meia de viagem e os pórticos pelos quais passo sempre que vou visitar a minha família… são um motivo para respirar fundo… mas não são razão para abandonar tão rápido a cidade mais alta e o interior do nosso Portugal.
Margarida Cardoso, a viver na Guarda há oito meses