Já não é em janeiro de 2023 que vai reabrir a circulação na Linha da Beira Alta, entre a Pampilhosa e a Guarda. O prazo foi adiado sine die devido a atrasos na empreitada atribuídos à guerra na Ucrânia e a problemas de fornecimento de materiais ferrosos.
Segundo a Infraestruturas de Portugal (IP), «os impactos decorrentes da pandemia covid-19, o prolongar da guerra na Ucrânia, que tem afetado fortemente o mercado da construção, designadamente no tocante à disponibilidade e prazo de fornecimento de materiais de origem ferrosa, e as dificuldades sentidas pelos empreiteiros na contratação de subempreiteiros, obrigam a constantes adequações do plano de trabalhos, o que contribui de forma decisiva para a necessidade de prolongar o período de encerramento à circulação ferroviária na Linha da Beira Alta». A circulação entre a Pampilhosa (Mealhada) e a Guarda tinha sido encerrada em abril para permitir «a concretização das intervenções planeadas em segurança e com muito maior eficácia do que teria ocorrido com a linha em exploração».
Na altura, a IP previa que a reabertura da circulação no troço ocorresse em janeiro do próximo ano, embora o encerramento à exploração no período noturno e nos fins de semana se mantivesse o resto do ano, «face à complexidade dos trabalhos». Numa nota de imprensa enviada às redações, a IP adiantou que reuniu na semana passada com os presidentes das Câmaras de Mortágua, Mealhada, Santa Comba Dão, Carregal do Sal, Nelas, Mangualde, Trancoso, Fornos de Algodres e Guarda, assim como com representantes dos municípios de Gouveia, Pinhel e Celorico da Beira, para detalhar os constrangimentos que têm impactado diretamente com a execução das empreitadas. Um deles tem a ver com a necessidade de demolir o viaduto de Santa Comba Dão, no cruzamento com o IP3, devido à duplicação desta via entre Coimbra e Viseu.
«Neste sentido, foi incluída a demolição da atual obra de arte e a construção de uma nova, já preparada para a duplicação do IP3, na empreitada em curso entre Santa Comba Dão e Mangualde. Esta intervenção iniciou-se no corrente mês de outubro, tendo um prazo total de execução de 270 dias», revela a Infraestruturas de Portugal. Tendo em conta esta prorrogação do fecho da via, o transporte de passageiros irá continuar a ser garantido por autocarros «até à reabertura da circulação ferroviária».