Luís Couto deixou, esta semana, de ser director do Estabelecimento Prisional da Guarda (EPRG) para assumir o cargo de vice-presidente do Instituto de Reinserção Social, onde vai ficar ligado à área penal. O administrador prisional, que dentro de três anos poderá estar de volta à Guarda já que suspendeu apenas as suas funções, regressa assim a uma instituição onde trabalhou entre 1987 e 1998. A tomada de posse ocorreu ontem, em Lisboa.
Luís Couto considera que este é «um novo desafio» da sua vida, tanto a nível pessoal, como profissional, realçando que, como funcionário público, tem uma «função a cumprir». De resto, considera que durante os quase oito anos em que esteve à frente do EPRG desenvolveu um «trabalho positivo», saindo com o «sentimento de dever cumprido», realça. Em relação ao seu sucessor, que virá «necessariamente em regime de substituição», Luís Couto diz que já está encontrado, mas o seu nome ainda não pode ser divulgado. Entretanto, o EPRG comemorou na última quinta-feira o seu 50º aniversário, numa cerimónia que contou com a presença do director-geral dos Serviços Prisionais. Miranda Pereira considerou que a prisão da Guarda, no âmbito das cadeias regionais, é «um bom estabelecimento prisional e responde, neste momento, às necessidades do sistema. Não precisamos mais que isto». No entanto, reconheceu que «o parque penitenciário português está completamente ultrapassado em termos do que são as necessidades modernas».
Deste modo, o EPRG não estará fora da reforma que o Governo pretende implementar no sector, mas terá que esperar «o tempo necessário», já que em Portugal há edifícios prisionais do século XIX e início do século XX, desajustados das políticas actuais de tratamento penitenciário e que vão merecer prioridade. Na cerimónia, Luís Couto garantiu que o estabelecimento tem «as condições necessárias para desenvolver um projecto educativo em torno dos reclusos». O agora ex-director focou «o trabalho, a formação profissional e o projecto escolar», como as três coordenadas seguidas pelo EPRG. «Apostamos muito na formação escolar, já que temos gente com baixa escolaridade, e na atribuição de novas competências. Com isto, pensamos dar algumas ferramentas e competências novas a quem está a cumprir pena na Guarda», sustentou.