O presidente da Câmara da Guarda promete «marchar sobre Lisboa« se a Urgência Obstétrica do Hospital Sousa Martins fechar. É a reação de Sérgio Costa às notícias desta quarta-feira sobre a alegada proposta da comissão encarregue de estudar a concentração deste serviço e de blocos de partos.
O autarca pediu entretanto uma reunião com caráter de urgência ao ministro da Saúde, Manuel Pizarro, para esclarecer o assunto. Numa conferência de imprensa realizada na tarde desta quarta-feira, o presidente do município, que esteve acompanhados do presidente da Assembleia Municipal, José Relva, considerou que «a ideia da maternidade, do nascer na Guarda, não pode cingir-se, apenas e tão só, a uma questão técnica de saúde» e acrescentou que «um Estado que não consegue ter recursos humanos especializados e disponíveis para cuidar de uma mãe e do seu filho, em qualquer parte do seu território, no seu momento mais precioso, é um Estado à beira do colapso e falência».
Sérgio Costa pediu também bom senso ao Governo e lembrou que o Estado está a investir mais de 8,5 milhões de euros na requalificação do Pavilhão 5 para acolher o Departamento da Saúde da Criança e da Mulher. «Seria lá possível fazer hoje este investimento para que amanhã seja deitado para o lixo alegadamente por um estudo cujo conteúdo efetivo ainda não se conhece na totalidade», declarou, prometendo marchar sobre Lisboa se a decisão for fechar a maternidade.
O edil guardense sublinhou que «os 13 concelhos abrangidos pela ULS e os seus mais de 142 mil habitantes têm de merecer mais respeito» e apelou à mobilização de todos em defesa da maternidade. «Os presidentes de Câmara, os três deputados eleitos pelo distrito e todos os responsáveis democraticamente eleitos têm a obrigação e o dever de tomar esta causa como sua sob pena de hipotecar o futuro, não só do nosso território, mas da nossa identidade como país», avisou.
A Comissão de Acompanhamento da Resposta em Urgência de Ginecologia, Obstetrícia e Bloco de Partos propôs ao Governo o fecho de Urgências Obstétricas e de blocos de partos em vários pontos do país por causa da falta de especialistas, mas salvaguarda que a distância entre maternidades será um critério a ter em conta. Ontem, o jornal “Expresso” dava conta que a referida Comissão terá recomendado o fecho das urgências de Obstetrícia dos hospitais de Castelo Branco e da Covilhã, na região Centro; e de Vila Franca de Xira e do Barreiro, na Área Metropolitana de Lisboa. Na região Norte terá sido proposto o fecho daquele serviço em Famalicão e Póvoa de Varzim.
Contudo, a RTP e jornal “Correio da Manhã” noticiaram ter sido sugerido o encerramento das urgências de obstetrícia da Guarda e Castelo Branco. O Ministério da Saúde ainda não se pronunciou sobre o assunto.
Só para dizer que faço minhas as palavras do Presidente Sérgio, quanto à questão do fecho da maternidade da Guarda. Ao falar assim, manifesta claramente a sua oposição a uma medida meramente teórica, que não leva em conta, em momento nenhum, os direitos e as necessidades das gentes do interior.
Os políticos apelam para a redução das assimetrias com o interiror e dizem que estas diferenças devem ser corrigidas. Mentem sem pingo de vergonha e basta ver o que se poderá vir a passar na Guarda. Por esta forte oposição, está de parabens o presidente Sérgio.