O diretor do Agrupamento de Escolas Afonso de Albuquerque, José Carvalho, e o presidente da Câmara da Guarda, Sérgio Costa, garantem que os problemas relacionados com a cantina da maior escola do distrito «estão resolvidos no que tem a ver com a falta de funcionários» e que situações, registadas na semana passada, como a falta de comida e a aglomeração de estudantes nos corredores de acesso ao refeitório «não voltarão a acontecer».
A autarquia disponibilizou mais meios humanos no início desta semana, nomeadamente um cozinheiro, para dar resposta à afluência de alunos durante o almoço em consequência da alteração da estrutura do ano letivo, que passou de três períodos escolares para dois semestres. Como a hora de almoço ficou mais curta, muitos estudantes deixaram de ir a casa e passaram a fazer a refeição na escola. Antes, o refeitório servia cerca de 300 refeições por dia, agora está a servir mais de 500, exemplificou José Carvalho. Desde a abertura do ano letivo que se verificavam problemas no refeitório, como a falta de comida e de assistentes operacionais para servir os alunos.
Surpreendentemente, segundo contaram a O INTERIOR alguns estudantes, num dos dias «a comida acabou três vezes» e muitos tiveram de recorrer a cafés próximos da escola ou ficaram mesmo sem almoçar. De resto, na semana passada, houve estudantes a faltar à primeira aula da tarde porque ainda estavam no refeitório «à espera de um pão» para não terem fome. O diretor do Agrupamento chegou mesmo a servir sopa aos alunos e foi o próprio a assumir que «a fila ficou parada na quinta-feira porque, efetivamente, a comida acabou», sublinhando mesmo que «criança que não come, não aprende». Esta situação problemática que ocorreu desde o início das aulas e piorou na última semana «por falta de recursos humanos» parece ter ficado resolvida e o regresso à normalidade foi visível esta segunda-feira, ainda que se mantenha «um problema estrutural», como fez questão de sublinhar o presidente da autarquia, Sérgio Costa, que visitou a escola nesse dia.
Na sequência da transferência de competências na área da Educação do Estado para o município, «os recursos humanos transitaram para a autarquia, mas o edifício e os equipamentos mantêm-se na responsabilidade do ministério através da Parque Escolar» e continuam sob a dependência de «alguém que está sentado em Coimbra ou Lisboa para resolver os assuntos da Guarda, mas tarde ou nunca resolvem esses problemas», criticou o autarca. De resto, o edil constatou que o refeitório e a própria cozinha da maior escola do distrito «são demasiado pequenos para fazer face às necessidades» e que alguns equipamentos «precisam de ser substituídos».
E acrescentou que a Parque Escolar e a Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares «nem sequer respondem, em tempo útil», ao pedido de substituição de uma porta. «Demora anos a resolver», lamenta, garantindo que «se a Parque Escolar não tem capacidade para resolver os problemas que transfira imediatamente essas competências para o município». No entanto, Sérgio Costa deixa um aviso: «Todas as competências têm de vir acompanhadas da respetiva “mochila” financeira». Por sua vez, José Carvalho considerou que a chegada de um cozinheiro disponibilizado pela autarquia «garante outro serviço, outra qualidade na preparação dos alimentos, na confeção e empratamento e assim toda a resposta passa a ser diferente. Agora já é possível constatar este desafogo no refeitório e os alunos já têm tempo suficiente para almoçar».
Problemas na cantina da Secundária Afonso de Albuquerque resolvidos com reforço de funcionários
Na semana passada muitos alunos ficaram sem almoço por falta de comida e houve filas à entrada do refeitório para conseguirem «um pão»