Os agricultores do Ribatejo e Alentejo enviaram na terça-feira um camião TIR com 10 toneladas de alimentação animal para Gouveia, concelho afetado pelos incêndios da última semana.
«Quero saudar a solidariedade dos agricultores do Ribatejo e Alentejo, regiões onde o alimento para animais é pouco», disse o secretário-geral da CAP, adiantando que a «solidariedade funcionou». Luís Mira acrescentou que «o Estado é rápido a anunciar. Promete, promete, mas é lento a agir. Nós não fazemos anúncios, mas agimos». No sábado, a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, anunciou o reforço de meio milhão de euros de apoio aos agricultores afetados pelos incêndios, para os ajudar na alimentação animal. «Este despacho foi assinado na sexta-feira e atribui 500 mil euros aos agricultores afetados pelos incêndios para os ajudar na alimentação animal. Estamos também a distribuir açúcar pelos apicultores afetados, com a colaboração das direções regionais de agricultura», esclareceu a governante em Torre de Moncorvo.
Apesar disso, Luís Mira considera que é necessário «salvaguardar e valorizar a capacidade da iniciativa civil», já que há «lentidão e toda uma burocracia» por parte do Estado. Mais uma vez o «movimento associativo funciona com rapidez na ajuda», reitera, sublinhando ainda que o «Estado é rápido a anunciar, mas a concretizar não», além de falar da «ajuda inexistente» face à seca e à guerra na Ucrânia. O responsável adiantou que na quarta ou quinta-feira outro camião será enviado, realçando que este «não é um ano de abundância» para os agricultores. O responsável da CAP enalteceu também a onda de solidariedade resultante dos donativos dos agricultores e da ajuda dos transportadores e questionou quanto tempo levará a ajuda Estatal a chegar aos que dela necessitam.