A infeção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) afeta o sistema imunitário, sendo responsável pela diminuição das defesas do organismo. Existem dois tipos de VIH: o VIH-1 (o mais comum em todo o mundo) e o VIH-2.
Numa fase precoce desta infeção podem surgir apenas sintomas “gripais” como febre, dor de cabeça e cansaço. Com o seu avançar, quando as defesas orgânicas diminuem significativamente, surgem infeções complicadas e alguns tipos de cancros oportunistas, que não surgiriam num indivíduo saudável. Nesta fase estamos perante a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (SIDA). Na SIDA os sintomas mais comuns são suores, arrepios, febre recorrente, diarreia crónica, gânglios linfáticos aumentados, fraqueza, perda de peso e alterações cutâneas.
O VIH é transmissível através de relações sexuais desprotegidas (sem preservativo) com pessoas infetadas, partilha de agulhas, seringas ou objetos cortantes, ou de mãe para filho (durante a gravidez, parto ou amamentação). Existem testes de rastreio para a infeção pelo VIH. Podem ser realizados em rastreios organizados (geralmente testes rápidos, através de picada no dedo) ou requeridos pelo médico (análise sanguínea, realizada em laboratório) sugeridos pelo próprio ou por iniciativa do utente. Não é necessária qualquer preparação para a análise, nomeadamente estar em jejum.
Perante um teste de deteção de VIH positivo a pessoa é referenciada para uma consulta de infecciologia no prazo máximo de sete dias. Após avaliação inicial e confirmado o diagnóstico é iniciado o tratamento antirretrovírico de forma crónica. O objetivo é reduzir a progressão da doença e a mortalidade, prevenir a transmissão da infeção e melhorar a qualidade de vida do doente.
Todos os indivíduos sexualmente ativos devem realizar o teste de rastreio para a infeção pelo VIH. Este é particularmente importante se houver histórico de contacto de risco (relações sexuais desprotegidas ou rutura do preservativo, partilha de seringas ou outro material cortante, contacto direto com sangue de outra pessoa). O rastreio permite um diagnóstico e início de tratamento precoce, bem como a instituição de medidas preventivas da transmissão da infeção.
* Médica de medicina geral e familiar interna na USF “A Ribeirinha”
N.R.: A rubrica “ABC Médico” é da responsabilidade do grupo de Internato Médico da ULS da Guarda e pretende aumentar a literacia em saúde na área do distrito da Guarda. O objetivo desta coluna mensal é capacitar a comunidade a fazer parte integrante do seu processo saúde/ doença, motivando-a para comportamentos de vida saudáveis e decisões adequadas. Para tal, são escolhidos temas pertinentes que serão apresentados por ordem alfabética.