Região

Primeiro grande fogo terá consumido mais de 700 hectares entre a Benespera e o Colmeal da Torre

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Escrito por Efigénia Marques

Durante mais de 24 horas as chamas não deram tréguas a populares e bombeiros, que tiveram muito trabalho para evitar que ardessem casas e o fogo alastrasse

Viveram-se horas de preocupação e de muito trabalho na Benespera, Vendas da Vela, Gaia e Colmeal da Torre, estas duas localidades já no concelho de Belmonte, no final da semana passada por causa de um dos maiores incêndios registados este ano na região e que chegou a mobilizar mais de 300 operacionais e obrigou ao corte da autoestrada A23.
Iniciado na Benespera (Guarda), o fogo chegou a ter várias frentes e reacendimentos, tendo rondado algumas casas. Uma primeira estimativa aponta para mais de 700 hectares ardidos entre as 14h11 de quinta-feira e o final da tarde do dia seguinte. O INTERIOR esteve no local na sexta-feira e encontrou populares e bombeiros exaustos. «A seguir ao almoço começou a levantar fogo e veio até ao vértice da serra. Depois foi alargando para um lado e sobre a tarde começou a descer para o lado das Vendas da Vela», conta Isaac Bidarra, residente em Gonçalo e que pouco descansou nesse dia de inferno para proteger a casa do filho, que estava de férias. As chamas tragaram vários pinhais, mato, terrenos agrícolas e chegaram a aproximar-se das casas. «Vimo-nos um bocado aflitos ontem [quinta-feira] à tarde. A sorte foi nós estarmos aqui porque houve projeções para este quintal e quando começou a arder alertei um grupo de bombeiros de Trancoso que estava aqui perto, depois veio outra equipa de Almeida. Eles entraram e conseguimos abafar as chamas. Se o fogo entrava neste vale ia para o lado de Belmonte», garante Isaac Bidarra.
Foi nas Vendas da Vela que as chamas começaram a lavrar com mais intensidade. E tudo pio rou durante a noite de quinta-feira. «Eram aí umas 23 horas e sobre o Vale Mourão aquilo metia medo», confessa este popular. Não foi o único a não pregar olho durante toda a noite. «Dormi talvez uns quinze ou vinte minutos, foi horrível, pronto», sintetiza Jerónimo Dias, residente no Colmeal da Torre, para quem isto seria evitável «se pessoas tivessem mais cuidado com a limpeza» do mato. Já António Duarte, de Gonçalo com terrenos na zona do Colmeal da Torre, não ganhou para o susto: «Às 23 horas era o pânico, foi de arrepiar», confessa. Foi nesta freguesia do concelho de Belmonte que os prejuízos foram mais avultados na agricultura. Durante mais de 24 horas as chamas não deram tréguas a populares e bombeiros. O combate ao fogo chegou a mobilizar 367 operacionais, apoiados por 113 viaturas e cinco meios aéreos. O incêndio, um dos maiores registados este ano na região, entrou em fase de resolução pelas 18h47 de sexta-feira.
Nos últimos dias registaram-se vários incêndios, grande parte dos quais prontamente dominados, a exceção aconteceu em Escalhão (Figueira de Castelo Rodrigo), onde as operações foram mais demoradas devido às condições do terreno.

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Efigénia Marques

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