Ciência de Dados e Inteligência Artificial é a designação da nova licenciatura que o Instituto Politécnico da Guarda (IPG) vai abrir no próximo ano letivo. O curso, que será lecionado na Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG), vai dar resposta à crescente procura no mercado de profissionais especializados no tratamento de dados.
Trata-se da primeira licenciatura nesta área na região Centro e a segunda a nível nacional. «Os docentes e investigadores na ESTG têm acompanhado atentamente as necessidades do mercado e os desafios da transição digital, propondo novas ofertas formativas, como a licenciatura em Mecânica e Informática Industrial e, agora, em Ciência de Dados e Inteligência Artificial. Esta licenciatura – através da inclusão de conteúdos da área da Inteligência Artificial – vai dar continuidade ao trabalho que iniciámos com o Curso Técnico Superior Profissional em Análise de Dados», considera o presidente do IPG. Joaquim Brigas adianta que a licenciatura prevê a conceção de planos para a recolha de dados e a sua otimização através da inteligência artificial, em unidades curriculares como Robótica Inteligente, Engenharia de Software ou Programação para a Ciência de Dados. O curso incidirá também sobre o “Deep Learning”, uma forma de inteligência artificial que mimetiza em computadores os processos através dos quais o ser humano adquire determinados tipos de conhecimento, com recurso a múltiplos algoritmos que analisam dados de profundidade variada.
Segundo Paulo Vieira, investigador e coordenador da nova licenciatura, a junção das áreas da ciência de dados com a inteligência artificial permite «a criação de serviços cada vez mais especializados e a parametrização de algoritmos, que ajudam as empresas na tomada de decisões de gestão. A formação superior nesta área é uma vantagem competitiva no mercado global». O curso de Ciência de Dados e Inteligência Artificial, acreditado pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior, é a quinta licenciatura criada pelo IPG em três anos. Junta-se aos ciclos de estudos já lançados em Mecânica e Informática Industrial, em Biotecnologia Medicinal, em Desporto, Condição Física e Saúde e, este ano, em Gestão do Turismo e da Hospitalidade. «Durante anos não havia novidades em termos de oferta formativa de licenciaturas no IPG e agora começa a ser uma coisa normal o Politécnico da Guarda apresentar novos cursos e penso que ainda vamos ter mais alguma novidade muito em breve», garante Joaquim Brigas
Na semana passada, o IPG assinou um memorando de entendimento com o Centro Nacional de Cibersegurança para a qualificação e requalificação de cerca de dez mil quadros da Administração Pública na área de cibersegurança. A iniciativa surge no âmbito do programa C-Academy – do Centro Nacional de Cibersegurança – que irá juntar instituições de ensino superior e disponibilizar conteúdos e formações alinhados com o Referencial de Competências de Cibersegurança. «Esta parceria resulta da aposta que o Politécnico da Guarda tem feito na área das Tecnologias de Informação e Comunicação, mais precisamente na cibersegurança, lançando formações e formalizando parcerias com empresas tecnológicas», lembra o presidente do IPG, segundo o qual «iremos mobilizar os nossos docentes para adaptarem, criarem e lecionarem conteúdos para a qualificação de quadros, preparando-os para mitigar os riscos e impactos decorrentes de incidentes no ciberespaço». O programa C-Academy é um projeto de abrangência nacional, financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que prevê formar cerca de 10 mil peritos em cibersegurança nos próximos quatro anos. O objetivo é reforçar e atualizar as competências de segurança informática dos quadros da Administração Pública.
IPG aposta na ciência de dados e inteligência artificial
Politécnico da Guarda criou cinco novos cursos nos últimos três anos, dois dos quais arrancam no próximo ano letivo