A Câmara da Guarda aprovou, por unanimidade, a isenção, até ao final do ano, das taxas de esplanadas, exceto as que ocupam lugares de estacionamento que vão ter uma redução de 50 por cento.
A proposta inicial do Movimento “Pela Guarda” previa uma redução das tarifas, mas o vereador do PS, Luís Couto, sugeriu que fosse decidida «uma isenção de pagamentos» até final de 2022. A contraproposta recebeu “luz verde” dos dois vereadores do PSD e acabou por ser aceite pelo executivo, incluindo os três eleitos independentes. O socialista disse que apresentou esta sugestão «por estar preocupado com a situação económica dos comerciantes da cidade e será esta nossa proposta que valida a isenção de taxas aos comerciantes com esplanadas no concelho». O PSD também votou a favor por considerar que a isenção das taxas «produz na atividade económica um sinal vantajoso para os comerciantes, reforçando aquilo que foi o programa “Salvaguarda”», lançado no mandato anterior. Carlos Chaves Monteiro reforçou que «não ficámos apenas pela redução porque estamos num período crítico, como o da pandemia e de guerra que a todos afeta, com consequências na economia direta dos nossos comerciantes».
Já para o presidente da autarquia a decisão «foi tomada tendo em conta as circunstâncias da economia, relacionadas com a pandemia da Covid-19 e a invasão da Ucrânia pela Rússia». Sérgio Costa sublinhou que «a sugestão de isenção de pagamento de taxas foi de todos», ainda que «tenham sido os vereadores do movimento independente a trazer este assunto à reunião. Fui eu que quis ouvir os vereadores do PS e do PSD e depois aprovámos a proposta final, por sugestão do vereador socialista». O autarca disse não aceitar o argumento de que «uns trabalharam mais do que outros», salientando que essa discussão é «dialética da política». Com esta deliberação, o município pretende «dar algum alento» aos comerciantes e aos empresários do concelho para que se consiga «minimizar um pouco os custos de contexto que todos eles acabam por ter», justificou Sérgio Costa. O edil referiu também que, «em circunstâncias normais, o município receberia 60 mil euros por ano com as taxas das esplanadas» e, com esta medida, vê reduzir «drasticamente as suas receitas».
Luís Couto quer grande evento no Verão
Na segunda-feira, Luís Couto também defendeu que o município «deve equacionar a possibilidade de realizar um grande evento de animação e de divulgação das atividades económicas nos meses de Verão, como acontece noutras cidades da região e do país, e como aconteceu no passado com as festas da cidade». O vereador do PS considerou que «o fim de semana na Guarda é algo preocupante. Os comércios estão todos fechados, as pessoas que vêm à Guarda não têm onde comer ou beber». Na sua opinião, cabe à autarquia «fazer algo» para que a cidade seja «atrativa».
Os locais centrais e emblemáticos «devem ter movimento para que o comércio tenha a obrigação de abrir aos fins de semana», afirmou, sublinhando que os guardenses «não têm necessidade de ir para Viseu, Covilhã ou outros sítios aqui à volta se tiverem na Guarda uma resposta aos seus interesses». Nesse sentido, questionou «qual é o plano da Câmara para cativar a vinda de pessoas à Guarda», onde ainda não se conhece «o que está pensado para o Verão». Luís Couto defende que cidade tem que ter «um projeto anual, um evento de grande dimensão que promova a capitalidade (que já teve) e que seja algo que as pessoas saibam que existe de um ano para outro». Na resposta, Sérgio Costa lembrou que o executivo está a realizar os “Santos da Guarda” e, em julho, também irá promover o festival “Guarda Wine Fest”. «É muito importante criar várias dinâmicas em vários locais da nossa rica cidade», declarou.
Sobre a animação de Verão «falaremos oportunamente, porque estamos a trabalhar em muitos campos e nesse também», garantiu o autarca. Contudo, Sérgio Costa vincou que «não vamos destruir nenhum espaço público para fazer uma grande iniciativa porque, quando se fala em atividades económicas, o único espaço na cidade com dimensão para uma feira do género é o Parque Urbano do Rio Diz ou a encosta Norte da feira». Já sobre o vale de São Francisco, nas traseiras do TMG, para onde Sérgio Costa prometeu mudar a feira quinzenal, o autarca disse que «a promessa é para cumprir se houver dinheiro», salientando que «não me peçam para fazer em sete meses o que não foi feito em 30 anos».
Chaves Monteiro diz que SIAC é «mais um projeto adiado»
Na última reunião quinzenal do executivo, Carlos Chaves Monteiro questionou o presidente do município sobre a continuidade do Simpósio Internacional de Arte Contemporânea (SIAC), que este ano ainda não se realizou.
O social-democrata prevê que seja «mais um projeto adiado» que vinha do executivo anterior, por si presidido. «Na verdade, vamos adiando dias e meses, projetos estruturantes que levaram muito tempo a desenvolver e, não assumindo as culpas, este executivo remete efetivamente para os técnicos, como se fossem eles a decidir e como se os técnicos não fariam algo que o poder político lhes exigisse», criticou Chaves Monteiro. Para o vereador da oposição, «se houvesse essa vontade política, os técnicos apresentariam, como sempre se fez no município da Guarda, um dossier com o programa, para valorizar este simpósio internacional, para homenagear todos os artistas que aqui se deslocavam e apresentavam as suas obras».
Confrontado com o assunto, Sérgio Costa assumiu que o SIAC ainda não se realizou porque «aguarda por uma proposta dos serviços técnicos, com as iniciativas e os valores bem balizados, porque não gostamos de decidir nada no ar. Não se pode atirar um número para cima da mesa e é aquilo que se faz. Não!». O autarca lembrou que participou nos primeiros SIAC e que, «a certa altura, já nem todos queriam participar, mas honra seja feita ao saudoso João Mendes Rosa, o SIAC há de ter continuidade e iremos revisitar o seu modelo».
Iniciada requalificação do mercado de S. Miguel
Já começaram as obras de requalificação do mercado municipal de S. Miguel, na Guarda-Gare.
A empreitada, orçada em 400 mil euros, prevê a reabilitação dos edifícios, bem como de todo o espaço envolvente. Segundo Sérgio Costa, o objetivo é «melhorar as condições existentes, aumentar a atratividade do espaço e revitalizar as atividades económicas que ali são desenvolvidas». O presidente da Câmara recordou que o empreendimento teve «alguns percalços no seu projeto, que englobou duas versões, porque nem tudo estava incluído no desenho inicial». A intervenção vai abranger todo o espaço, mas durante a empreitada «não está previsto o encerramento das lojas comerciais». Os trabalhos têm a duração de 12 meses.
Espaço exterior das piscinas vai reabrir
A zona exterior das piscinas municipais vai reabrir no início do próximo mês de julho. A garantia foi deixada pelo presidente da Câmara da Guarda no final da reunião do executivo da passada segunda-feira.
O equipamento esteve encerrado nos últimos dois anos devido à pandemia, mas vai estar de portas abertas já no início desta época balnear. Sérgio Costa adiantou que as piscinas exteriores necessitam de «uma grande requalificação, mas as obras só deverão acontecer após esta época balnear e, por agora, estão a ser executadas algumas intervenções de pequena monta». Inaugurado há mais de 20 anos, o complexo precisa de uma grande remodelação, «mas em poucos meses era manifestamente impossível fazê-la quando não há projeto nem fundos comunitários para isso», disse o autarca.
Estádio precisa de obras
Com problemas está também o Estádio Municipal da Guarda e são há muito conhecidos. Sabe-se agora que a pista de atletismo não oferece condições para a realização de provas de âmbito internacional devido à degradação do piso sintético. Por isso, a Associação de Atletismo da Guarda já fez saber que não pretende organizar naquele local o tradicional Meeting Internacional “Cidade da Guarda”.
Confrontado com a situação, Sérgio Costa referiu que «há vários projetos pedidos aos serviços técnicos do município para desenvolver relativamente ao estádio municipal», lembrando que a responsabilidade já vem de trás. «Não sei o que se andou a fazer nos últimos dois anos e meio, porque em tempo de pandemia não havia provas e teria sido a altura certa para tratar dessas coisas pequenas que custam muito dinheiro», disse o edil. «Agora já não são reparações, já não são remodelações, é fazer praticamente tudo novo», lamentou, exemplificando que a pista está em «condições pecaminosas, a base do relvado, que já têm 40 anos ou mais, tem que ser substituída, o pavilhão do estádio tem que ser remodelado com muita urgência, tal como o edifício das bancadas, onde chove até nos próprios gabinetes». Tudo isto somado «já vamos nos sete dígitos em termos financeiros», afirmou.
Sérgio Costa disse que «é preciso recuperar o tempo perdido, só que agora o dinheiro é mais caro do que antigamente, não há o financiamento que havia e temos que ir fazendo, gradualmente, essas melhorias, independentemente de ter que se estudar uma outra solução para o futuro, sempre bem ponderada», sustentou o autarca guardense.
Carlos Gomes