O centro histórico de Alpedrinha inaugurou, há oito anos, uma tradição que promete perdurar por muito tempo. Durante meses a fio, instituições e habitantes da terra empenham-se fervorosamente na construção de presépios. Este ano, podem ser vistos nas ruas da vila mais de 20, construídos com os mais diversos materiais.
Os particulares abrem as portas das lojas das típicas casas de pedra para mostrar a quem chega a Alpedrinha aquilo que já se transformou numa arte para as gentes da terra. Uns mais originais do que outros, os presépios são sinalizados à entrada por uma candeia e estão abertos aos olhares dos curiosos e visitantes entre as 10 da manhã e as 10 da noite. Na sede da Junta de Freguesia é ainda possível apreciar mais de uma dezena de presépios construídos pelas crianças da escola primária local, do grupo da catequese, do externato e do jardim de infância. E aos domingos a festa não pára, por altura da quadra natalícia, com a animação de vários ranchos folclóricos, que percorrem o circuito dos presépios, enquanto desfiam canções do repertório de Natal. Há oito anos atrás, a ideia era promover Alpedrinha, uma vila cujo futuro, no entender de Francisco Roxo, presidente da Junta, terá forçosamente «de passar pelo turismo, porque não subsistem actividades de maior». E, afinal, parece que o circuito de presépios tem mesmo vindo a ser um «excelente chamariz, mesmo de estrangeiros», refere o autarca, para quem a própria tradição do presépio se está a perder, «em detrimento de tradições profanas e que nada têm a ver com a origem do Natal, como a árvore».
Acompanhados, todos eles, por uma candeia à porta, os presépios “made in Alpedrinha” podem ser visitados, como manda a tradição, até ao Dia de Reis. E, no próximo fim-de-semana, o uso continua. «Ainda fazemos a Missa do Galo à meia-noite e o madeiro, no largo, já está pronto para acender há alguns dias», garante o autarca.