A feira quinzenal da Guarda realiza-se na Quinta do Zambito, ao ar livre. O cenário já teve melhores dias… tanto para os vendedores, como para os clientes, que são cada vez menos.
Os comerciantes que ainda se dedicam a estes mercados sentem-se descontentes. Reclamam um espaço com melhores condições. António Coelho, vendedor ambulante, é um deles: «Cada ano é pior. Ficavam neste espaço meia dúzia de colegas que desistiram. E eu também ando a pensar em desistir…», disse a O INTERIOR na passada quarta-feira, dia da feira quinzenal. Pedro Brito, vendedor do sector dos móveis, não consegue fazer dinheiro para os gastos que implica vir à Guarda. O vendedor revela que gasta «100 euros só em gasóleo nos dois carros». A empresa possui um camião, mas já não é utilizado porque «não compensa, nesta feira só trazemos um carro pequeno», refere.
Os feirantes levantam-se de madrugada, percorrem quilómetros, mas confessam que «se se fizerem as contas, no final do ano o lucro não dá para a despesa». António Coelho, vendedor ambulante de roupa, sublinha que «ou modificam a feira, ou então esta acaba porque não há condições nenhumas neste sítio». O feirante assume que ainda frequenta a feira quinzenal da Guarda porque «a estrada é boa e é de fácil acesso, senão nunca mais cá vinha».
Os feirantes pedem melhores condições. Reclamam um novo espaço e dizem que o cenário da feira quinzenal é cada vez mais negro. Florisa Santos, vendedora ambulante, desabafa que «o senhor presidente, Sério Costa, disse que nos fazia obras e que nos colocava num sítio bom. Agora está a cargo dele cumprir o que prometeu». Sem mudanças à vista no recinto onde a feira se realiza atualmente, o que já se sabe é que a feira anual de São João vai realizar-se este ano nas áreas de estacionamento do Parque Urbano do Rio Diz, na Estação. Uma alternativa que é do agrado da maioria dos feirantes ouvidos por O INTERIOR: «Qualquer local é melhor do que o atual», garantiram.