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ADAG defende zona sem caça em Gouveia

Proposta visa proteger a fauna, a flora e os seres que conseguiram sobreviver ao grande incêndio que assolou a Serra no último Verão

A Associação Distrital dos Agricultores da Guarda (ADAG) defende a existência de uma «zona sem caça» no concelho de Gouveia na área classificada do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE). As freguesias de Aldeias, Moimenta da Serra, Mangualde da Serra, Paços da Serra e S. Julião são as localidades abrangidas por esta proposta de proibição da actividade cinegética.

«Queremos que se proteja a fauna, a flora e os seres que conseguiram sobreviver ao grande incêndio que assolou a Serra (mais de 60 por cento da zona cinegética em questão) e a despiu do verde, deixando-a desprovida de vida», argumenta a associação. De acordo com a ADAG, a preservação deste espaço é «imprescindível» dado que praticamente toda a área cinegética do concelho está concessionada a associações de caça. Assim, pretende-se «assegurar a conservação da Natureza, fomentar a fauna e permitir o desenvolvimento dos factores físicos e bióticos indispensáveis ao restabelecimento do ecossistema característico da região em todas as fases do seu ciclo de vida». A associação distrital de agricultores diz ser do «senso comum» que a caça provoca desequilíbrios biológicos nas espécies animal e vegetal, pelo que é um «erro gravíssimo» permitir a concessão de mais uma zona de caça no “coração” do PNSE.

«Não sabemos para que servem as acções de sensibilização e divulgação de protecção do ambiente realizadas pelo Estado, se depois vamos perseguir, matar pequenas populações constantemente em risco e poluir com chumbo e plástico uma área protegida», alerta a ADAG. Em contrapartida, o proveito deste «”refúgio”» será económico-social e pró-natura, «dando ênfase ao turismo/ambiente/gastronomia/lazer», deles beneficiando agricultores, silvicultores, Juntas e comissões de compartes. «Legítimos proprietários que não recebem qualquer receita da actividade venatória e vêm os seus terrenos invadidos e muitas vezes vandalizados», acusa a ADAG, denunciado que a caça é «apenas a morte como troféu e não uma necessidade básica ou desportiva, e isto sem olhar a meios para atingir os fins». A associação conta com o apoio de alguns promotores turísticos locais, das Juntas abrangidas, da cooperativa Terra Preservada e da Associação Amigos da Serra da Estrela (ASE), esperando agora que a Circunscrição Florestal do Centro e o PNSE tenham em conta «este apelo da sociedade civil».

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