Comecemos por este último.
O “I” foi considerado o melhor jornal europeu em 2009 e, segundo o “Daily Telegraph” o mais (i)novador do mundo. Se calhar foi por (i)sso que foi à vida…
Depois, vemos I’s por aí e por toda a parte: (I)nútil, (I)letrado, (I)ncompetente.
Nesta lista de (i)nutilidade, Manoel de Barros, diz-nos «As coisas que não levam a nada (por vezes) ganham alguma (i)mportância», e, é sempre bom saber que os (i)letrados, em sociedades letradas, de pretensos pensamentos teóricos e alguma oralidade, deixam de parte todos os conceitos científicos e passam a reger-se pelo redutor quotidiano de entre todos os outros (i)letrados.
Assim, damos conta de alguns i’s, que, em bicos de pés, vão mostrando serviço, bajulando o poder, tornando-se autênticos moleques de todo o sistema (i)instituído.
Na busca de todos estes valores, começados por I e, porque sabemos que não há coisas (i)mperfeitas, pergunta-se: quem quer ser (i)nútil, mesmo percebendo que a resposta é dada por um batalhão de lambe-botas, que na sua ânsia (i)ncontida de serem i’s e mais qualquer coisita, não se importam de dar tiros nos pés, adicionando a falta de oportunidade e a mais que reconhecida (i)ncompetência política. Mas quanto a isso… nada há a fazer. Somos apenas espectadores (i)mpotentes de uma peça trágico-cómica de certa e determinada companhia teatral do “boulevard” partidário. Ortega Y Gasset explica (i)sso muito bem…
Viremos agora a página e, numa outra vertente, não muito longe desta, foram escritos e descritos poemas quase (i)legíveis de autores que, no seu biscato do quase tudo ou quase nada, já no final da tournée de domingo passado, agora, quase os não reconhecem nem tão pouco os compreendem.
Neste totoloto do escaparate laranja onde as (i)deias originaram mais uma eleição falhada, alguém vai ter de assumir a (i)nfeliz ambição de continuar a prometer as apregoadas costeletas de piolho, fritas em óleo rançoso, ao mesmo tempo que deixa de lado alguns cães do sistema (que me desculpe o PAN) para voluntariamente se dedicar a todos os (i)mperfeitos fados de Lisboa nos bairros típicos de Alfama ou Madragoa.
Nesta noite das (i)deias, com todas as (i)mperfeições conhecidas onde o descontentamento (quase todo) foi transferido para o escarro que a democracia deixou parir, a derrota começa sempre pelo bico da pirâmide para percebermos que o projecto do habitante do palácio “pink” foi por água abaixo, ficando limitado a mandar um ou outro diploma para o Tribunal Constitucional, deixando-lhe espaço, mais que suficiente, para se dedicar (quase) em exclusivo às “selfies”, aos beijos e aos abraços.
Nesta (i)nfografia do (i)nfortúnio é (i)ndubitável afirmar toda a (i)ncongruência (i)ntelectual, reconhecendo a (i)ncoerência com que se faz política. E quem não tem jeito, nem sabe, deve dedicar-se a outra coisa porque tudo isso tem custos. Custos muito elevados.
A política é bem mais que (i)sso. Aristóteles, três séculos e meio a.C. definia-a assim: «É uma espécie de saber que nem a sensibilidade nem a imaginação podem estar ausentes, embora a prioridade seja atribuída à racionalização tecnológica e à reflexão crítica».
Não nos deixemos levar apenas e tão só pelo entusiasmo do triunfo. A democracia tem regras e a primeira delas é a humildade na vitória, enquanto a segunda é fazer a vontade à maioria respeitando sempre a(s) minoria(s).
Neste (i)tororó do conhecimento recordemos ao poder os compromissos assumidos (e são muitos) para com este interior profundo.
Seguindo o princípio de que tanto se serve o país no Governo como na oposição, a mensagem vai directamente para os novos protagonistas: Ana Mendes Godinho, António Monteirinho, Cristina Sousa e Gustavo Duarte.
Lembrar, apenas e tão só, que neste nosso interior é muito mais o que nos une do que aquilo que nos separa.
Legislativas, interior e fator I
“Não nos deixemos levar apenas e tão só pelo entusiasmo do triunfo. A democracia tem regras e a primeira delas é a humildade na vitória, enquanto a segunda é fazer a vontade à maioria respeitando sempre a(s) minoria(s).”