Política

PS quase absoluto no distrito da Guarda

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Escrito por Efigénia Marques

Com 45,10 por cento dos votos, os socialistas foram dominadores nas legislativas de domingo e garantiram a eleição de Ana Mendes Godinho e António Monteirinho para a Assembleia da República

O PS obteve um «resultado histórico» no distrito da Guarda nas legislativas de domingo. Com 45,10 por cento dos sufrágios e mais 5.908 votos face a 2019, os socialistas, liderados por Ana Mendes Godinho, protagonizaram um resultado à antiga e reelegeram dois deputados para a Assembleia da República.
«É a vitória dos habitantes do distrito, das pessoas que acreditaram numa campanha de elevação e não de achincalho, de ataques pessoais infundados. Isso não funciona e ficou evidente nestas eleições», disse a cabeça de lista socialista. Eleita para o Parlamento, é previsível que Ana Mendes Godinho seja chamada para o novo Governo de António Costa, o que deverá permitir o regresso da senense Cristina Sousa, a número três da lista, à Assembleia da República. Até lá, a ainda ministra considerou que esta foi também a vitória da união, «de todos os que acreditam naquilo que podemos fazer em conjunto», e sublinhou que os guardenses têm agora uma «força acrescida para construirmos coletivamente aquilo que é preciso garantir em termos de repovoamento e de atração de investimento».
O PS ganhou em onze dos catorze municípios do distrito, mas para a candidata a vitória em Vila Nova de Foz Côa foi «muito especial». Além de derrotar Gustavo Duarte no concelho a que presidiu nos últimos 12 anos, esta é também «a terra do coração, da minha mãe». Já politicamente, os resultados são «uma lição» para os socialistas, pois «mostram que a união faz mesmo a força e é assim que vamos lá e que servimos melhor as pessoas, que é isso que é preciso», sublinhou Ana Mendes Godinho, que se escusou a falar da ida para o Governo assumindo que a prioridade é «responder aos problemas e aos desafios gravíssimos» que o distrito enfrenta.
A candidata disse-se ainda preocupada com a subida do Chega, terceira força política no distrito e no país, afirmando que é preciso perceber «as razões do descontentamento das pessoas e construir soluções que vão ao encontro das suas necessidades, esse é o nosso desafio». António Monteirinho foi o outro vencedor da noite ao conseguir a eleição direta para o Parlamento. Presidente da concelhia da Guarda há dois anos, o atual vogal do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde (ULS) ruma agora a São Bento fruto de uma ascensão política meteórica. «Não foi só sorte, também houve algum mérito, mas acima de tudo foi porque as pessoas encontraram, se calhar, alguém que tem lutado nos momentos maus do PS – quando disse sempre presente», recordou.
Quanto às novas funções, António Monteirinho assumiu a «ambição» de «puxar pela Guarda e para a Guarda em Lisboa», constatando que «todas as obras feitas pelo Governo do PS nestes últimos tempos contribuíram significativamente para esta grande vitória na Guarda, sendo de salientar que, apesar de estarmos a meio do mandato, quase todas as promessas foram cumpridas. Esperamos agora cumprir tudo aquilo que apresentámos aos eleitores nos próximos quatro anos». Sobre os ataques pessoais de que foi alvo por parte da JSD, o agora deputado – que ainda não sabe se se recandidata à concelhia cujas eleições vão decorrer brevemente – considera que a «melhor resposta» foi dada no domingo.

 

Ana Mendes Godinho é «enorme mais-valia» para o PS e para o distrito

Por sua vez, o presidente da Federação da Guarda admitiu que o resultado foi «uma surpresa»: «O distrito mostrou que estava claramente com o PS, com António Costa e com Ana Mendes Godinho. É um resultado que nos enche de orgulho e dá-nos muita responsabilidade para os próximos quatro anos», afirmou Alexandre Lote, para quem os eleitores viram no PS um partido «capaz de concretizar os compromissos que tinha assumido com a Guarda e o distrito». Dá também «novo alento» aos socialistas depois do «percalço» nas autárquicas. «Vem reforçar o bom trabalho que vínhamos a desenvolver e sobretudo dar muita responsabilidade à Federação porque temos a enorme responsabilidade de cumprir com aquilo que apresentámos aos eleitores, e cumpriremos», garantiu o dirigente distrital.
Alexandre Lote não poupou também elogios a Ana Mendes Godinho, reiterando que a provável ministra é «uma enorme mais-valia» para o PS e para o distrito. «Foi a grande locomotiva da Guarda nos últimos dois anos e sê-lo-á seguramente nos próximos quatro. Conseguiu trazer para o debate elevação e concretização e era isso que o distrito precisava», afirmou. Em termos distritais, o PS conseguiu a melhor votação em Manteigas (51,39 por cento) e a pior em Aguiar da Beira (37,02).

Luís Martins

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Efigénia Marques

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