Em 1869, o biólogo suíço Johan Friedrich Miescher pensou em separar os núcleos dos restantes componentes da célula com o objetivo de isolar e estudar. Miescher tinha estudado medicina em Basileia, mas finalmente dedicou-se ao estudo da química fisiológica. Sabia que os leucócitos (glóbulos brancos das células) eram um bom material de estudo e que eram fáceis de encontrar no pus das ligaduras que se deitavam fora nos hospitais. Utilizando reagentes, porque a centrifugação ainda não existia, finalmente conseguiu isolar as substâncias do núcleo celular, que denominou nucleína, o atual ADN (Ácido DesoxirriboNucleico – material de que são feitos os genes e o veículo da informação genética dos organismos vivos).
Na atualidade sabemos que dentro da cada célula há moléculas de ADN e proteínas, organizadas em pares de cromossomas. Estes dois cromossomas que definem um caráter e que estão juntos denominam-se alelos, mas nem sempre os dois definem o caráter porque há genes que são dominantes e outros que são recessivos.
Devemos ao americano James Dewey Watson e ao inglês Francis Crick terem decifrado, em 1953, a estrutura do ADN, contributo que lhes valeu, em 1962, o Prémio Nobel de Medicina. Trabalharam conjuntamente no laboratório Cavendish, da Universidade de Cambridge, e conseguiram descobrir a estrutura em forma de dupla hélice da molécula de ADN e escreveram um artigo na revista “Nature” para o tornar público. Watson foi depois nomeado diretor do Projeto Genoma Humano, um projeto de investigação criado com o objetivo de identificar os genes humanos. Decifrar o comportamento do ADN na divisão das células marcou uma nova revolução no estudo da evolução. A descoberta do código genético é mais uma prova a favor da teoria de Darwin. Não é apenas uma questão de comparar a fisiologia ou as células de um organismo vivo com as de outro organismo vivo, mas sim de comparar os seus códigos genéticos, tornando o estudo mais profundo e aos mesmo tempo abrindo as portas a descobertas reveladoras. Este programa teve como objetivo determinar a sequência completa de nucleótidos dos cromossomas da espécie humana e de organismos modelo usados em experiências de laboratório (como por exemplo, a bactéria “Escherichia coli” ou a mosca da fruta “Drosofila melanogaster”), com o intuito de conhecer cada gene humano, a sua localização e a sua função.
Compreendendo o ADN
“Estes dois cromossomas que definem um caráter e que estão juntos denominam-se alelos, mas nem sempre os dois definem o caráter porque há genes que são dominantes e outros que são recessivos.”