Ana Manso é colecionadora de presépios dos mais variados estilos, cores e tamanhos. O INTERIOR visitou a casa de Ana Manso e pôde observar de perto a imensa galeria de arte natalícia que a administradora hospitalar e antiga deputada foi criando ao longo dos anos.
Do tecido à prata, da madeira ao xisto, os presépios já são mais de 1.500, uma paixão pelo colecionismo que começou há mais de 30 anos. «Esta paixão começou desde muito cedo, sempre gostei do Natal, da quadra natalícia. Fazer o presépio em casa dos meus pais e dos meus avós eram sempre momentos de convívio festa e alegria», recorda a também colaboradora da Rádio Altitude. E parece que é uma tradição e uma paixão que Ana Manso nunca deixou que fosse esquecida, pois assume que fazer a árvore de Natal não é uma das tradições da sua família, mas sim fazer o presépio. A colecionadora explica ainda que não há limites para esta coleção e que as peças são escolhidas através de um “casamento” entre ela e o presépio. «Converso com todos e sei a história de cada um, que tem consequentemente a ver com a história do artesão ou do local onde o adquiri e essa história é que enriquece, o objetivo não é ter mais um, é que aquele que for escolhido seja diferente dos que já tenho», indica. Apesar de Ana Manso ter presépios de imensos artistas portugueses, desde ceramistas a arquitetos, a colecionadora assume que «o verdadeiro artesão é aquele que cria uma obra de arte e é nessa perspetiva que faço essa aquisição, e também tem de ter uma mensagem de Natal, carregada de amor e esperança que são palavras básicas que para mim transmitem o que é verdadeiramente o Natal».
A colecionadora refere também que não é seletiva nos materiais, que «podem ser em cerâmica, em lã, cobre, prata, barro, qualquer material me satisfaz desde que depois eu tenha aquela relação com o presépio». Ana Manso tem presépios que vão do cobertor de papa da Guarda até ao bordado de Castelo Branco. Para além disso, possui igualmente presépios de todas as nacionalidades, sendo que nunca sai de cada país que visita sem um presépio. «Em alguns deles foi difícil por não existir essa tradição católica», reconhece Ana Manso. Uma das grandes curiosidades desta paixão é que a dona criou um arquivo digital onde atribui a cada presépio um número e as características, onde foi feito, como, por quem, quando e onde foi adquirido. E no meio de tantos presépios, será que há algum que seja mais especial para a colecionadora? «São todos especiais, qualquer colecionador que viva a coleção como eu, considera todos especiais, por isso tenho muitas dificuldades em escolher apenas um, mas de facto segui muito de perto a atividade desenvolvida pelo nosso ceramista João Franco e tenho alguns exemplares, únicos, inclusive três presépios dele que eu vi serem trabalhados e por isso tornou-se muito especial», afiança Ana Manso, para quem esta é uma coleção «sem fim, tanto quanto o engenho e a arte dos artesãos durar».
Catarina Reino