Política

BE quer que Câmara da Guarda emita parecer desfavorável à exploração de lítio

Dsc 8036
Escrito por Efigénia Marques

O Bloco de Esquerda (BE) quer que a Câmara da Guarda emita um parecer desfavorável ao Relatório de Avaliação Ambiental Preliminar do Programa de Prospeção e Pesquisa de Lítio, que está em consulta pública e que abrange aquele concelho.
«Não é possível que a saúde das populações residentes e a biodiversidade sejam protegidas de alguma forma que não seja a completa oposição a este programa e à forma como foi conduzido», aponta o grupo do Bloco na Assembleia Municipal da Guarda em nota de imprensa enviada a O INTERIOR. O BE salienta que se opõe a qualquer uma das propostas apresentadas para a exploração de lítio e explicou que enviou um conjunto de questões ao Município da Guarda para saber qual a posição oficial que a entidade tem sobre a temática e se já tomou posição na consulta pública que está a decorrer. Nas questões também pergunta se o município divulgou junto das populações a existência da consulta pública e se envolveu a comunidade para a tomada de posição.
No comunicado assinado por Bárbara Xavier, a única deputada municipal do BE, é ainda salientado que os conceitos como «fixar pessoas no interior» ou «valorizar o território» e «desenvolver a Guarda» têm de se cumprir todos os dias e que a Guarda é também «o seu ar, solo, as suas rochas, as suas matas, rios e respetivos afluentes». «O concelho da Guarda tem o privilégio de ser percorrido por cinco rios, composto por um solo fértil, uma paisagem de montanha de perder de vista e um ar com um índice de pureza e qualidade que lhe valeu primeiramente o sanatório Sousa Martins e mais recentemente a classificação de “Cidade Bioclimática Ibérica”. Podemos e devemos usufruir dos recursos naturais que a nossa região nos proporciona, investindo em projetos que valorizem o território a curto e longo prazo», aponta a eleita, para quem esses projetos não passam pela exploração mineira.
«A metodologia proposta é de mina a céu aberto. Vulgarmente conhecida pela utilização de equipamentos ruidosos, explosivos e a presença de poeiras tóxicas, o impacto na qualidade do ar, solo, água e consequentemente da saúde local e atividades que pressupunham a utilização de recursos naturais para consumo (sejam elas atividades agrícolas, de exploração animal, captações de água para consumo ou termas) é inegável», acrescenta Bárbara Xavier. «Precisamos de emprego não precário e de investimento, mas não caímos no engodo de que ele virá de uma atividade que logo à partida implica consequências irreparáveis no território e para as pessoas que o habitam», defende a deputada municipal do Bloco.

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Efigénia Marques

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