Para a importância de um poder local forte é fundamental a criação das Regiões Administrativas sucessivamente adiada pela mão de PS, PSD e CDS, negando ao país um instrumento capaz de contribuir para conferir legitimidade democrática para o desenvolvimento e a coesão territorial, para o aproveitamento de potencialidades e recursos locais, para a modernização e organização de uma administração pública ao serviço das populações.
Não é sério falar de descentralização quando se persiste em negar a regionalização, suportados em simulacros como os da chamada democratização das CCDR, de facto um logro e uma farsa que não resiste a qualquer avaliação feita com o mínimo de honestidade política, inclusive assistimos ao desagrado de alguns eleitos dos referidos partidos nas “escolhas”, tal como aquando da exclusão dos representantes das freguesias no primeiro processo pouco transparente para o universo de potenciais eleitos para a então COMURBEIRAS.
O país precisa, sem hesitações, de concretizar a regionalização como fator de coesão e desenvolvimento, capaz de aproveitar as riquezas e potencialidades de cada região.
Também não é sério falar de descentralização ou de proximidade quando se recusa a reposição das freguesias extintas no período da troika, impedindo que se realizem eleições que deem corpo à vontade expressa pelas populações que se pronunciam pela sua devolução.
Quero salientar que a CDU – PCP/PEV – é a força de esquerda que dá voz e expressão a interesses, aspirações e direitos dos trabalhadores e das populações, que se bate pelo direito a serviços públicos de qualidade, pelo direito à educação e à cultura, pelo direito à saúde e à proteção social, pela preservação do ambiente e do património natural, pelo direito à habitação e aos transportes. Agindo e dinamizando a luta, mas também propondo e avançando soluções.
É esse o nosso compromisso: o de prosseguir uma intervenção distintiva com o objetivo de garantir às populações uma vida melhor.
Num período onde pesam agravados problemas económicos e sociais, como o desemprego, o retrocesso nas condições de vida de milhares de portugueses, o avolumar dos problemas dos pequenos e médios agricultores e empresários, a precariedade no trabalho e a pobreza cresce, mais importante e decisiva é a presença e intervenção da CDU – PCP/PEV para afirmar direitos, para responder aos problemas que as populações enfrentam.
Por isso, independentemente da origem territorial, da natureza ideológica e também política, será fundamental que cada munícipe ou freguês analise e avalie até às próximas eleições autárquicas os percursos nos diversos domínios de intervenção pública, sejam nas áreas de responsabilidade do poder central ou local.
As opções de fundo e não de circunstância determinam a saudável batalha política, esta de grande importância na minha/nossa perspetiva de dar força à luta que travamos no dia-a-dia para defesa dos nossos interesses, sejam na dimensão enquanto trabalhadores, mas enquanto candidatos de um projeto coletivo que norteiam um servir e não servirem-se, seja na Assembleia de Freguesia, na Assembleia Municipal ou na Câmara Municipal.
Não podemos criar ilusões com propostas megalómanas quando outros contribuíram para o depauperar de serviços públicos fundamentais para a resolução das mais elementares necessidades básicas de quem trabalha e vive no nosso concelho e no distrito da Guarda.
Há necessidade de um novo rumo não apenas pela matriz política, mas sobretudo de convivência social em resultado da pandemia. Uma palavra tão nobre, solidariedade, carecendo de um significado participativo na democracia que queremos fortalecer não apenas pelo exercício de votar, mas também de participar na causa do bem público.
O bem público, uma causa de um projeto coletivo
O país precisa, sem hesitações, de concretizar a regionalização como fator de coesão e desenvolvimento, capaz de aproveitar as riquezas e potencialidades de cada região.