O começo do ano trouxe à Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda 24 novos médicos internos e 6 farmacêuticos para fazer formação especializada. Os jovens profissionais foram recebidos na passada quinta-feira, numa sessão promovida pela administração no Auditório Dr. Lopo de Carvalho, e alguns deles admitem que gostariam de «ficar por cá».
Vanda Saraiva é natural de Pinhel e é agora interna de primeiro ano de Medicina Geral e Familiar. A O INTERIOR diz que quer «continuar a viver nesta região», principalmente porque é onde tem a «família e uma filha ainda pequenina». Também a guardense Ana Caramelo, interna de formação especializada em Medicina Geral e Familiar na USF Ribeirinha, pretende ficar pela terra natal e garante que «se me quiserem aceitar, ficarei por cá». Por agora, o objetivo é «levar as coisas passo a passo» e concluir a formação. De Aveiro veio Pedro Cura depois de ter estudado em Lisboa. Para esta fase da vida profissional em que se está a especializar, o médico preferiu «escolher um sítio mais pacato» e a Guarda reunia as condições pretendidas. O jovem clínico já conhecia a cidade mais alta e, apesar dos amigos o terem «alertado para alguns aspetos negativos da cidade, como a desertificação», Pedro Cura decidiu arriscar.
Mas entre os 30 profissionais recém-chegados à ULS guardense há quem tenha cruzado fronteiras, como Carolina Torres, que veio do Rio de Janeiro «no ano passado para fazer o ano comum» e ficou «apaixonada» pela Guarda. Agora, a jovem é interna da especialidade de Saúde Pública e é por cá que diz querer ficar. Vindo também do Brasil, Orlando Brandão procurou «fugir da confusão de São Paulo». Formou-se em 2000, mas quer «estudar novamente e refazer o ano comum e as especialidades», e desta vez na Guarda. À margem da sessão de boas-vindas, a presidente do Conselho de Administração da ULS, Rita Figueiredo, prometeu «tudo fazer» para fixar os jovens médicos. «Qualquer interno de especialidade que queira ficar na Guarda e celebrar contrato connosco, ainda que essa vaga não nos tenha sido atribuída, estamos certos que conseguiremos, junto da tutela, que haja essa oportunidade», afirmou a O INTERIOR.
A responsável disse não querer que a especialização dos médicos internos se trate apenas de «uma passagem», uma vez que o objetivo é que «as pessoas que se formam hoje na Guarda sejam amanhã os nossos médicos e farmacêuticos». Segundo a presidente do CA, «a tutela tem estado presente e junto do Conselho de Administração com total abertura para solucionar problemas». Pela sua parte, Rita Figueiredo voltou a sublinhar que administração hospitalar «tudo fará para que não haja um único médico que nos procure que saia da ULS sem um contrato de trabalho». Dos médicos recém-chegados, 14 vêm para fazer a formação geral e 10 para a formação especializada (três em Medicina Geral e Familiar, um em Cirurgia Geral, um em Medicina Intensiva, um em Pediatria, um em Pneumologia, um em Psiquiatria, um em Saúde Pública e um em Reumatologia).
58 médicos internos na ULS Cova da Beira
Para a Unidade Local de Saúde da Cova da Beira entraram novos 58 médicos internos – 42 em formação geral e 16 em formação especializada nas áreas de Cirurgia, Medicina Geral e Familiar, Medicina Interna, Medicina Intensiva, Ortopedia, Pediatria, Pneumologia, Psiquiatria e Reumatologia.
O Internato Médico é uma etapa «fundamental da formação, permitindo aos médicos desenvolver competências teóricas e práticas essenciais», adianta a unidade numa nota enviada a O INTERIOR. O primeiro ano de internato médico oferece uma «visão ampla dos serviços hospitalares e dos cuidados de saúde primários, sendo que a formação especializada tem entre 4 e 6 anos de duração.