Sociedade

Sérgio Costa fala em «crime» no fogo da Mizarela

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Escrito por Efigénia Marques

A proteção civil já tinha alertado para o aumento do risco de incêndio no fim de semana da Páscoa devido ao tempo seco e às temperaturas elevadas para a época. As previsões confirmaram-se no domingo, dia em que os bombeiros não tiveram mãos a medir no combate às chamas na zona da Mizarela, no Vale do Mondego, no concelho da Guarda.
A evolução das chamas entre a Mizarela e Vila Soeiro levou as autoridades a encerrar por precaução os Passadiços do Mondego – que reabriram na segunda-feira –, mas o fogo não ameaçou casas e só foi dado como dominado durante a noite. Durante a tarde, o vento forte, os acessos e as encostas íngremes dificultaram o trabalho dos operacionais no terreno, sendo que o combate às chamas chegou a mobilizar 141 elementos e seis meios aéreos. O incêndio deflagrou por volta das 11 horas, na localidade da Mizarela. Na segunda-feira, à margem da reunião quinzenal do executivo, Sérgio Costa, presidente do município pediu «mão pesada» das autoridades para quem não cumpriu a proibição de queimas e queimadas.
«Não é nada normal que, no espaço de uma semana, haja três ou quatro ignições separadas por poucas centenas de metros. O apelo que fizemos foi para que as autoridades tenham mão pesada para os prevaricadores porque não há queimas, queimadas, estava tudo proibido tendo em conta as condições climatéricas», disse o autarca, que pede uma «ação forte contra estes malfeitores». O edil guardense defende também a antecipação da vigilância na floresta, «adaptando o DECIR às novas circunstâncias das alterações climáticas». Depois do que se passou entre a Mizarela e Vila Soeiro, no último domingo, Sérgio Costa fala mesmo em crime. «Não há negligência, há crime das pessoas que semearam o fogo numa altura em que era proibido. Quem faz isto num domingo de Páscoa, não é de certeza por qualquer negligência, houve intenção clara, não tenho a menor dúvida», acusou o presidente do município.
«É o nosso património natural e biodiversidade que ardem e todos temos que combater isto sob pena de, um dia, se estas pessoas continuarem impunes e andarem à solta, a população poder revoltar-se», acrescentou, lembrando que o município investiu mais de 3 milhões de euros nos Passadiços do Mondego e «não pode admitir que haja pessoas mal-intencionadas e que possam prejudicar o bem coletivo».

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Efigénia Marques

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