O antigo sindicalista Luís Garra está na Guarda esta quinta-feira para apresentar o livro “Inverno do Futuro – Reflexões, experiências e sentimentos em tempo de vida suspensa”. A sessão decorre na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço (BMEL), a partir das 17 horas.
Trata-se de uma obra que aborda as «vivências e reflexões» que o autor, dirigente sindical, foi fazendo enquanto «decorria a pandemia» da Covid-19. Entre elas, a questão dos «afetos, o toque e o beijo, que foram desde logo colocados em causa, mas também a saudade que sentimos com os confinamentos», disse Luís Garra a O INTERIOR. A forma como passámos a viver, em conjugação com as pessoas que faleceram durante a pandemia, levaram mesmo o autor a questionar a «origem» do coronavírus. O dirigente sindical aventura-se no mundo da «especulação», apesar de «não ter certeza absoluta», mas diz acreditar «firmemente» que, «independentemente da sua origem, a Covid-19 serviu para enriquecer alguns e empobrecer a maioria».
A pandemia da Covid-19, que começou a alastrar-se pelo mundo em 2019, afetou a vivência de qualquer pessoa. Os métodos de trabalho tiveram de ser alterados e adaptados à situação de confinamento e cautelas que então se vivia. Circunstâncias que levam também Luís Garra a olha para o setor empresarial para concluir que «a pandemia serviu para um ataque violentíssimo aos direitos dos trabalhadores – no que toca ao lay-off, cortes salariais, despedimentos», recorda. As questões relacionadas com a «importância das funções sociais, a saúde, a educação, a habitação e o transporte» também são abordadas neste livro, uma vez que foram setores muito afetados ao longo dos últimos anos.
No final de “Inverno do Futuro – Reflexões, experiências e sentimentos em tempo de vida suspensa”, Luís Garra deixa «algumas notas» sobre aquilo que considera serem os desafios do sindicalismo no futuro e ainda uma avaliação, enquanto dirigente sindical, do que foi o «comportamento do poder político e de todos os partidos» durante a pandemia da Covid-19. O livro é, para Luís Garra, a expressão que representa os tempos de pandemia. «O Inverno é uma altura mais triste, dura e sombria», mas ainda assim o dirigente sindical tem «esperança que o futuro vai ser radioso e solarengo». A obra vai ser apresentada pelo diretor de O INTERIOR e da Rádio Altitude, Luís Baptista-Martins.