O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) vai ter um polo do Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade (CEPESE), sediado na Universidade do Porto, para promover a investigação na região. O acordo de cooperação entre as duas instituições foi assinado na quinta-feira e terá como primeira iniciativa a produção do livro “História da Cidade da Guarda: das Origens à Atualidade”.
Esta parceria contempla ainda o lançamento de projetos de investigação, intercâmbio de informações estatísticas, estudos e conferências, bem como a disponibilização de estágios para finalistas e a inserção de recém-licenciados no mercado de trabalho. O presidente do IPG disse que este acordo com um centro de investigação de «reconhecido mérito» em termos nacionais tem um significado «muito importante» para o Politécnico da cidade mais alta, que terá «muito a ganhar». «Não só pela investigação que será possível desenvolver na Guarda, mas também pela atuação no território, o que é importante para a afirmação do IPG na região», declarou Joaquim Brigas. O responsável acrescentou que o Instituto guardense quer ser «parte ativa» no desenvolvimento do distrito. Por sua vez, Fernando de Sousa, presidente do CEPESE, reiterou que o objetivo deste polo é «alicerçar a investigação e o desenvolvimento que o IPG vai fazer», além de ser o primeiro passo para a criação de um centro de investigação credenciado na Guarda. Nesse sentido, alguns doutorandos do CEPESE irão colaborar com o Politécnico.
O primeiro trabalho já acordado é a publicação livro “História da Cidade da Guarda: das Origens à Atualidade” com a parceria do município. Segundo Fernando de Sousa, a obra vai contar com os contributos de investigadores do IPG, das Universidades Nova de Lisboa, de Évora e do Porto. «É um trabalho necessário e que poderá também integrar historiadores locais com obra feita», acrescentou o responsável. Para Carlos Chaves Monteiro, esta obra era «uma lacuna» e irá dar «sustentação à identidade da cidade». O presidente da Câmara elogiou a parceria do IPG com o CEPESE, considerando que as instituições de ensino superior têm «um papel importantíssimo no desenvolvimento e na preparação do futuro das regiões». Presente na cerimónia realizada no Politécnico, o secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, João Sobrinho Teixeira, concordou e afirmou que «o grande papel dos institutos politécnicos é induzir o desenvolvimento socioeconómico» das regiões onde estão inseridos.
O governante acrescentou que a parceria entre o IPG e o CEPESE vai permitir «investigar para se poder evoluir», tendo também chamado a atenção para o facto das instituições de ensino superior do interior terem que se posicionar «cada vez mais na diplomacia económica do país, através da captação de alunos estrangeiros, mas sobretudo pela exportação de investigação».
IPG vai sugerir mais edifícios para residências de estudantes
Joaquim Brigas aproveitou a presença do secretário de Estado do Ensino Superior para solicitar a inclusão de mais edifícios da Guarda no Plano Nacional de Alojamento para o Ensino Superior para serem transformados em residências de estudantes do IPG, que já contempla a adaptação da antiga Pousada da Juventude.
Sem adiantar quais, o presidente do Politécnico afirmou que esse aumento de camas «é fundamental para podermos acolher mais estudantes, sobretudo internacionais». Na resposta, Sobrinho Teixeira manifestou disponibilidade para receber mais sugestões de edifícios: «O programa é muito ambicioso e não está fechado», disse o governante. A antiga residência feminina da Gulbenkian, na Rua António Sérgio, onde funciona atualmente o Centro Distrital de Operações e Socorro (CDOS), e um edifício na Rua da Torre, no centro histórico da Guarda, são algumas das localizações em cima da mesa.
