A “sangria” de médicos especialistas continua no Hospital Sousa Martins. Desta vez foram dois pneumologistas que deixaram a Guarda e um serviço de referência na Unidade Local de Saúde e na região.
A saída foi confirmada a O INTERIOR pela administração hospitalar, cujo presidente João Pedro Barranca diz lamentar «a decisão, mas foi uma opção dos profissionais em causa. Brevemente tentaremos colmatar a saída destes profissionais». Por sua vez, Luís Ferreira, diretor do serviço de Pneumologia, esclarece que os dois médicos rescindiram contrato com a ULS para concorrerem a outros hospitais, no âmbito de um concurso nacional de colocação de pneumologistas e de outras especialidades. «Um desses colegas estava no serviço há cerca de dez anos e outro há seis anos e meio. Eram médicos muito diferenciados em áreas muito importantes da pneumologia, como a oncologia e as técnicas da doença do interstício, pelo que a sua saída afetará sempre o funcionamento do serviço», afirmou o responsável, adiantando que a Pneumologia conta agora com sete médicos.
«Claro que as pessoas que os vão substituir vão necessitar de formação nessas áreas, o que vai demorar algum tempo, mas vamos tentar superar este contratempo», acrescentou Luís Ferreira. O médico garante que a saída destes dois especialistas «não vai afetar» a idoneidade formativa do serviço, mas irá «prejudicar de alguma forma a diferenciação da Pneumologia porque as pessoas que saíram eram muito diferenciadas e quem os irá substituir vai ter de receber formação naquelas áreas». No entanto, o pneumologista está otimista porque, «felizmente, temos internos, alguns com a perspetiva de ficar no Hospital Sousa Martins, pelo que vamos meter mãos à obra». A rescisão de dois pneumologistas acontece no meio da polémica gerada com a abertura de apenas dez vagas para a contratação de especialistas na ULS da Guarda, cuja administração tinha solicitado 45 à tutela.