Sociedade

Falta de semicondutores condiciona empresas da região

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Escrito por Efigénia Marques

A Coficab é uma das empresas afetadas pela situação e registou «uma redução de atividade na ordem dos 25 por cento associada a esta falta de semicondutores» só no segundo trimestre de 2021, revela João Cardoso, diretor da multinacional de cablagens para automóveis

Algumas empresas de produção de componentes e cablagens para automóveis do concelho da Guarda têm sido afetadas pela falta de semicondutores.
O INTERIOR pediu alguns esclarecimentos às unidades da região, nomeadamente à Coficab, Sodecia e ACI (Automotive Compounding Industry) , mas até ao fecho da edição apenas a Coficab prestou declarações. João Cardoso, diretor da empresa sediada em Vale de Estrela e na plataforma logística, revela que «esta situação ligada à falta de semicondutores não terá solução nos próximos tempos». Este é um problema que já tinha sido reportado há uns meses pelo gestor que previa que a situação se prolongasse «durante um ano». Atualmente, a situação obrigou a algumas antecipações de férias dos trabalhadores e fez também com que fossem «colocadas em “stand-by” admissões de novos colaboradores que estavam previstas caso esta crise não se tivesse manifestado», lamenta o responsável da multinacional tunisina.
«Tenho lido algumas entrevistas de CEO’s dos principais fabricantes de semicondutores, tais como a INTEL ou a TSMC e todos apontam para o ano de 2023 como o prazo mais breve para se regressar a uma situação estável», alerta João Cardoso. O diretor da Coficab Portugal considera que esta é uma «pandemia tecnológica» e que o facto de ainda não se terem «visto comentários nos media nacionais» e a classe política ainda não se ter manifestado nem ter sido elaborado «nenhum plano a nível Europeu para enfrentar esta situação» só «significa que as pessoas ainda não entenderam bem o impacto desta crise, nem entendem como funciona o mundo onde vivemos hoje. Sem semicondutores o mundo atual não funciona, são tão vitais para a nossa sociedade atual como ter eletricidade», vinca João Cardoso.
A produtora de fios e cabos para automóveis guardense, no segundo trimestre de 2021, teve «uma redução de atividade na ordem dos 25 por cento associada a esta falta de semicondutores». Está prevista alguma recuperação para o terceiro trimestre, «mas ainda assim esperamos uma redução de cerca de 15 por cento na faturação em relação a uma situação normal», explica João Cardoso. Quanto à Sodecia, O INTERIOR, conseguiu apurar que esta carência de componentes também forçou a antecipação de férias e colocou alguns funcionários em “lay-off” para fazer face à redução da produção.

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Efigénia Marques

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