Sociedade

Empresa de pellets vai investir 15,5 milhões em fábrica na PLIE

Escrito por Luís Martins

Unidade que produzirá exclusivamente para a exportação vai ocupar dois lotes e criará 50 postos de trabalho

Uma empresa de pellets para aquecimento, cuja produção será exclusivamente destinada à exportação, vai instalar-se na Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial (PLIE) da Guarda. O anúncio foi feito por Carlos Chaves Monteiro, presidente do município, na reunião quinzenal do executivo camarário realizada esta segunda-feira.
Trata-se da AT Green, que vai investir 15,5 milhões de euros e criar 50 postos de trabalho. A unidade fabril será concretizada em dois lotes da PLIE, tendo a escritura pública de aquisição sido celebrada nessa manhã. Os investidores são portugueses e estão radicados no norte do país. «O projeto da nova unidade fabril deverá estar pronto dentro de seis meses e a sua construção arrancará logo a seguir. Os promotores apontam para um volume de faturação da ordem dos 130 milhões de euros nos primeiros cinco anos de atividade», adiantou o autarca, acrescentando que este é o resultado de «um trabalho intenso da Câmara para captar investimento para a Guarda». No período de antes da ordem do dia, Carlos Chaves Monteiro falou também dos recentes casos judiciais que envolvem a autarquia, mas porque foi interpelado pelo socialista Pedro Fonseca a dar esclarecimentos sobre o sucedido. «A oposição não tem de receber informação pela comunicação social», justificou o vereador.
Em causa está o facto de Álvaro Amaro, que esta segunda-feira renunciou ao mandato autárquico na Guarda para assumir o cargo de eurodeputado, ter sido constituído arguido no âmbito da operação “Rota Final”, que investiga um alegado esquema fraudulento de viciação de procedimentos de contratação pública na área dos transportes coletivos. O segundo processo é relativo a alegados crimes de fraude na obtenção do subsídio e prevaricação na festa de Carnaval de 2014, tendo sido acusados pelo Ministério Público Álvaro Amaro, o atual presidente, Carlos Chaves Monteiro, o vereador da Cultura, Victor Amaral, e duas técnicas superiores do município, Alexandra Isidro e Carla Morgado. Na resposta, o autarca começou por dizer que os casos estão em segredo de justiça e confirmou que na operação “Rota Final” seis inspetores da PJ do Porto estiveram nos Paços do Concelho e pediram «um conjunto de documentos, onde estão processos relacionados com os transportes urbanos, que cedemos».
«Quanto ao resto, sabe mais a comunicação social do que nós, o que lamento», afirmou o edil guardense. Já sobre o processo do “GuardaFolia” reiterou que é intenção da autarquia requerer a abertura da instrução e que os arguidos usarão «todas as prerrogativas legais para provar a sua inocência». O presidente acrescentou que «temos de manter-nos serenos e esperar que a Justiça cumpra o seu papel porque temos a consciência tranquila. O que fizemos foi defender o interesse público e estamos convictos que a nossa inocência ficará demonstrada no final do processo». Segundo Chaves Monteiro, «não houve benefício do Teatro Aquilo, o que fizemos foi seguir uma sugestão da CCDRC, que nos disse que se a Câmara não podia ter esse apoio comunitário, ele poderia ser solicitado através de uma entidade externa». Confrontado com estas explicações, Pedro Fonseca disse esperar que os dois processos decorram «dentro da normalidade», mas admitiu que, independentemente do seu desfecho, o nome do município e da Guarda «saem sempre manchados em casos destes».

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Luís Martins

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