Deputadas preparam alunos para “Parlamento dos Jovens”

A Escola Secundária Afonso de Albuquerque, na Guarda, realizou na segunda-feira uma sessão sobre o “Parlamento dos Jovens”, numa iniciativa da Assembleia da República (AR). Dar a conhecer o Parlamento, o seu significado e o processo de decisão dos deputados foram alguns dos objetivos da iniciativa.
Por indicação da própria AR, a sessão contou com a presença das deputadas Dulcineia Catarina Moura (PSD) e Ana Mendes Godinho (PS), eleitas pelo círculo da Guarda. No debate participaram cerca de 70 alunos do 3º ciclo. No final foi colocada uma questão aos jovens sobre o que são os políticos e, através de um sistema de voto anónimo (digital), houve respostas para todos os gostos, sendo que o adjetivo “corruptos” foi o mais referido. Questionada sobre este resultado, Dulcineia Catarina Moura considerou que tem a ver com «um contexto nacional e europeu e também as conversas lá em casa, que, às vezes, levam a estes julgamentos da política e dos políticos». Já Ana Mendes Godinho referiu que «é uma perceção que todos sabemos que existe, mas os factos são desmentidos pela realidade dos números».
Para a socialista, há atualmente «muito mais escrutínio público» do que noutros tempos, no entanto «a imagem dos políticos na sociedade é, por vezes, diferente e por isso é que temos movimentos extremistas que se aproveitam disto». As duas deputadas da Guarda preferiram destacar a importância da iniciativa como «fonte de inspiração para nós próprias e o resultado é francamente positivo», salientou Dulcineia Catarina Moura. A social-democrata acrescentou que «viemos aqui de coração aberto e com muita espontaneidade e cada uma de nós vai levar uma súmula das propostas que os jovens nos fizeram». A deputada também destacou o facto da iniciativa juntar duas deputadas «com ideologia política diferente» para debater o tema das “Novas tecnologias”.
Juntar duas deputadas de partidos distintos foi «algo único no país dentro desta atividade», considerou, por sua vez, Ana Mendes Godinho, que também referiu que «estas ações são essenciais para os jovens perceberem a importância de serem ativos, participantes políticos na sociedade. Foram aqui apresentadas ideias interessantes no âmbito das novas tecnologias, nomeadamente no apoio aos mais idosos e isolados, que mostram bem o interesse de cada um destes jovens na resolução das dificuldades e desafios que existem e também uma consciência social». Já Luciano Calheiros, coordenador do programa “Parlamento dos Jovens” na Escola Afonso de Albuquerque, referiu que esta ação é «uma espécie de formação cívica para despertar os alunos para uma cidadania ativa».