A Câmara da Guarda vai reavaliar o projeto da pedovia/ ciclovia da Guarda depois do concurso público lançado para a sua implementação ter sido anulado. Na base da decisão estão preços muito superiores ao valor base do procedimento, que era de 2,1 milhões de euros.
A deliberação de não adjudicação foi aprovada na reunião quinzenal do executivo, na segunda-feira. «Um dos concorrentes apresentou uma proposta ligeiramente superior a 3,3 milhões para as duas fases do projeto e outro candidatou-se com um preço de 2,5 milhões de euros», disse o presidente do município aos jornalistas no final da sessão. Carlos Chaves Monteiro adiantou que será aberto novo procedimento «após reformulação do projeto com vista a corresponder à resposta do mercado». A pedovia/ ciclovia terá nove quilómetros ao longo da VICEG (Via de Cintura Externa da Guarda), numa primeira fase. Delineado pelos arquitetos João Marujo e Carla Madeira, este corredor com três metros de largura terá início na rotunda dos Bombeiros e terminará na rotunda do Bairro de São Domingos. Haverá ligações ao IPG, Parque da Saúde, aos bairros das Lameirinhas, Torrão, Sra. dos Remédios, Alfarazes, Pinheiro, Guarda-Gare, bem como ao Parque Urbano do Rio Diz e ao parque industrial. O projeto já garantiu um financiamento de 85 por cento de fundos comunitários.
A reunião camarária desta semana ficou marcada pela estreia de Manuel Simões na vereação socialista, ao lado de Cristina Correia, na sequência da renúncia de Eduardo Brio. O engenheiro agrónomo de 32 anos ocupava o quinto lugar da lista socialista apresentada nas últimas autárquicas e disse querer «contribuir para rejuvenescer a cidade». O vereador leu depois uma declaração em que defendeu a criação de um laboratório colaborativo na Guarda para ser «fonte de conhecimento local» na área do ambiente, natureza, biodiversidade e ciência. Referindo que o projeto se destinará a criar «oportunidades» para os jovens, Manuel Simões acrescentou não ser ainda altura para adiantar mais pormenores. O socialista declinou também fazer uma avaliação do trabalho da maioria social-democrata alegando necessitar de «conhecer melhor os documentos e a casa».
O que vai mudar é que os eleitos do PS vão começar a usar o gabinete que lhes está atribuído para receber e ouvir os munícipes. «Estaremos lá todas as segundas-feiras, das 10h30 às 12 horas, para dialogar com as pessoas, as associações e coletividades, conhecer os seus problemas e ouvir sugestões», disse Cristina Correia.
Vereadora do PS critica corte de árvores
Nesta sessão a vereadora da oposição voltou a criticar o corte de árvores na Avenida Cidade de Salamanca na sequência do mau tempo que assolou a Guarda em meados de dezembro.
«Não é o método correto de fazer as coisas porque aquelas árvores nunca estiveram sinalizadas para ser abatidas. A que caiu foi por causa dos ventos muito fortes que se fizeram sentir», disse Cristina Correia, que lamenta os danos causados, mas acrescenta que «os cidadãos devem precaver-se e acautelar os seus bens em casos de intempéries». Por sua vez, Carlos Chaves Monteiro revelou que o levantamento dos prejuízos ainda não está concluído. O edil adiantou, de resto, que a autarquia quer requalificar os acessos a várias aldeias do concelho e melhorar as infraestruturas básicas, num investimento global de 2 milhões de euros, mas que este trabalho só avançará se houver financiamento comunitário.
Aprovada estrutura da candidatura a Capital Europeia da Cultura
Na segunda-feira, a Câmara aprovou, por unanimidade, a constituição da equipa de projeto da candidatura da cidade a Capital Europeia da Cultura em 2027, liderada por Pedro Gadanho, bem como a restante estrutura e órgãos. Segundo o presidente do município, a equipa de projeto terá um mandato de dois anos e será constituída por três elementos executivos e programadores para diferentes áreas. O diretor executivo terá um ordenado de 5.000 euros mensais, enquanto os dois técnicos que o vão coadjuvar auferirão 1.000 e 700 euros, respetivamente. «Temos 500 mil euros no orçamento deste ano da Câmara para a candidatura. Mas espero que os restantes municípios envolvidos também estejam disponíveis para financiar o projeto e que o Governo possa igualmente contribuir», declarou Chaves Monteiro.
Para Cristina Correia, a equipa de projeto tem «poucos elementos da cidade, que tem forças vivas que poderiam estar representadas». Além disso, a socialista questionou o valor que Pedro Gadanho vai auferir, mas afirmou que vai dar «o benefício da dúvida». Os nomes da equipa de projeto serão divulgados esta quinta-feira.