Uma parceria de várias entidades quer que seja criado um centro experimental na Cova da Beira, com campos de ensaio destinados ao estudo das culturas do pêssego e da cereja face às alterações climáticas.
O projeto foi divulgado recentemente por Maria Paula Simões, professora e investigadora da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), que defende a importância de concretizar esta iniciativa na região onde está concentrada grande parte da produção nacional de pêssego e de cereja. «O que nós defendemos para a Beira Interior é a existência de um centro experimental que teste as cultivares e que mostre como é que elas se adaptam à região e ao futuro das alterações climáticas. Como é que elas se desenvolvem e quais os tempos entre as diferentes fases de produção», indicou a docente. Segundo Maria Paula Simões, os pessegueiros e as cerejeiras têm características comuns que poderiam ser estudadas conjuntamente e especificidades que teriam de ser analisadas individualmente, sendo que o conhecimento produzido seria relevante para auxiliar técnicos e produtores a tomarem as opções que melhor se adequassem aos seus objetivos.
«Tal acabaria também por contribuir para se evitarem os impactos significativos que as condições climatéricas têm cada vez mais nas produções e que, por exemplo, na campanha do pêssego de 2022 se traduziram numa quebra entre os 40 a 60 por cento na Cova da Beira, em comparação com um ano normal», exemplificou. O centro experimental também poderá contribuir para a atração de conhecimento, de inovação e de empresas ligadas ao setor. Com a denominação “P2 – Resilis – Resiliência na Produção Integrada e Sustentável das Prunóideas”, o projeto em causa é liderado pelo IPCB e tem como objetivo o estudo de práticas frutícolas de produção mais sustentáveis, nomeadamente a redução da utilização de herbicidas.
São parceiros do empreendimento a Associação de Agricultores para Produção Integrada de Frutos de Montanha (APPIM), a Associação de Produtores e Proteção Integrada do Zêzere (APPIZÊZERE), a Cerfundão, o Centro de Biotecnologia das Plantas da Beira Interior, o Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional (COTHN), a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro, a Gonçalagro – Sociedade Agrocomercial, Lda, a Joaquim Martins Duarte & Filhos, Lda, a Plakonet Tecnologias de Informação, Lda., a Soma-Sociedade Agro-Comercial de Maçã, Lda., e a Unitom.