Sociedade

Câmara da Guarda aplica 1,4 milhões de euros na recuperação de infraestruturas afetadas pelos incêndios

Cmg
Escrito por Efigénia Marques

Empreitadas serão apoiadas a 50 por cento pelo Fundo de Emergência Municipal e o restante valor é suportado

A Câmara da Guarda aprovou por unanimidade o lançamento de três concursos para intervenção em infraestruturas danificadas pelos incêndios de 2022 nas freguesias de Famalicão da Serra, Guarda, Alvendre e Valhelhas. No total serão aplicados 1,4 milhões de euros.
Sérgio Costa, presidente da autarquia, disse que as empreitadas serão apoiadas em 50 por cento pelo Fundo de Emergência Municipal e o valor restante será suportado pelos cofres da autarquia. «O desejo é que tivesse sido como em 2017, quando tudo isto foi comparticipado a 100 por cento. Infelizmente, desta vez só foi comparticipado em 50 por cento. É claro que é um esforço, eu diria mesmo um esforço colossal, para o município ter de suportar 50 por cento», lamentou o edil em declarações aos jornalistas no final da reunião quinzenal do executivo, realizada na última segunda-feira. Algumas das obras dizem respeito à reparação de condutas de água e à repavimentação das vias. O eleito pelo movimento independente “Pela Guarda” (PG) revelou que estão a ser preparados mais procedimentos concursais para outras freguesias também afetadas pelos incêndios do Verão do ano passado, como Fernão Joanes, Videmonte, Gonçalo, Vela, Benespera, Arrifana, Gonçalbocas e Rapoula. «No total, estaremos a falar em mais de três milhões de euros. Metade do valor tem de ser suportado pelo município. Nós queríamos e desejaríamos direcionar os nossos fundos próprios para outras obras e necessidades. Mas, infelizmente, temos de os disponibilizar para requalificar as infraestruturas municipais danificadas pelos incêndios», afirmou Sérgio Costa. Os restantes concursos serão lançados de «forma gradual».
Na sessão desta segunda-feira, que foi pública, o executivo atribuiu uma verba global de 533 mil euros em apoios anuais e extraordinários a associações do concelho. Apesar de todos os pontos terem sido aprovados por unanimidade, estes apoios financeiros mereceram alguns reparos da oposição. Adelaide Campos, vereadora do PS em substituição de Luís Couto, questionou o executivo sobre os critérios utilizados para a atribuição destas verbas às associações culturais, desportivas e juvenis do concelho. «Pedi que me fornecessem os critérios que presidem à atribuição destes subsídios, até porque não temos que pensar todos da mesma maneira, as coisas têm que ser discutidas, tem que se chegar a um consenso. E já que estamos a votar coisas de interesse do município convém que não haja surpresas a meio do trajeto, sem sabermos exatamente o que há», justificou a socialista, que voltou a criticar o facto das decisões só serem levadas a reunião de Câmara depois de terem acontecido. «Está a ser tomado como verdade que todos vamos votar favoravelmente um facto que não está provado que seja. Porque é que hei de votar a Festa dos Enchidos? Faz mal à saúde, foi aprovado depois de ser feito, não sei quais são os critérios. Não é uma forma correta de trabalhar, estas coisas estão programadas, então que venham ao executivo em devido tempo para nossa informação», defendeu.
Adelaide Campos considerou ainda que até agora o trabalho da maioria independente na Câmara não tem estratégia: «O pecado original mais importante desta Câmara neste momento é a falta de previsão, a falta de estratégia e a falta de elaboração de um plano para a cidade. Ao fim de quase ano e meio de atividade ainda não sabemos qual é o sítio para onde a Câmara pretende ir», criticou a vereadora socialista.
Do lado do PSD os três vereadores consideraram que os subsídios são atribuídos perante «uma ausência de critérios», acusando a governação do independente Sérgio Costa de «assentar» nos subsídios. «Há 15 dias, na reunião de Câmara, em 12 pontos tivemos cinco respeitantes à atribuição de subsídios e alguns deles extraordinários. Portanto, assistimos a uma incapacidade de governação ou, por outra forma, é uma governação que assenta no subsídio a uma politização da sociedade civil e de dependência», criticou Carlos Chaves Monteiro em declarações aos jornalistas. O social-democrata partilhou a opinião de Adelaide Campos no que toca à falta de planeamento do executivo guardense:
«Além do subsídio, quando é que toma as medidas concretas e começa a governar o concelho da Guarda? Porque já passaram 16 meses e não conhecemos uma ideia nova, o lançamento de um projeto novo. Conhecemos a promessa, o anúncio do que vai ser feito, da estratégia de 2040, mas não conhecemos a 2023 e isso é que nos preocupa», afirmou Chaves Monteiro.
Na resposta à oposição, Sérgio Costa garantiu que todos os apoios para 2023 são atribuídos «tendo em conta a análise dos planos de atividades das associações e os relatórios dos serviços do município». Na segunda-feira, a Câmara aprovou ainda um protocolo para requalificação e gestão das instalações desportivas do Campo do Carapito, à semelhança do que aconteceu em Vila Cortês do Mondego e Casal de Cinza.

Passadiços do Mondego batem recorde de visitantes diários

Os Passadiços do Mondego atingiram o recorde de visitantes diários no domingo (26 de março), com 1.800 pessoas a percorrerem os 12 quilómetros, ou parte deles, que ligam a Barragem do Caldeirão à aldeia de Videmonte. O número foi revelado por Sérgio Costa, na segunda-feira.
Para o edil, estes são números que «se refletem na economia do concelho e do distrito, nomeadamente na ocupação hoteleira, que permanentemente está esgotada ao fim de semana na nossa cidade, mas também em toda a região, principalmente na primeira corda de concelhos à volta da Guarda». Para o fim de semana da Páscoa, mais concretamente para a Sexta-feira Santa e o sábado, «já estão vendidas 1.000 entradas, e estamos ainda a 15 dias de distância», destacou o eleito independente. Os Passadiços do Mondego começam junto à barragem do Caldeirão, estendendo-se pelo vale, nos territórios das localidades de Trinta, Vila Soeiro, terminando em Videmonte. O percurso aproveita cinco quilómetros de caminhos já existentes e integra uma zona de sete quilómetros de travessias, passadiços e três pontes suspensas, onde abundam veredas, açudes, cascatas, levadas e moinhos.

Matadouro Beira Alta fechado para regularizar situações

Sérgio Costa foi confrontado por Adelaide Campos com a informação que circulava pelas redes sociais de que o Matadouro Beira Alta, situado no Parque Industrial da Guarda, teria encerrado portas. Na resposta o edil adiantou que «de acordo com informação não oficial o matadouro não encerrou. Apenas suspendeu funções para regularizar algumas situações».

 

Carina Fernandes

Sobre o autor

Efigénia Marques

Leave a Reply