Está em marcha a reabilitação do bairro mais degradado da Guarda. O Bairro da Fraternidade, junto ao parque municipal, deverá ser finalmente demolido no próximo ano para dar lugar a 51 fogos de habitação social. O investimento ronda os 9,1 milhões de euros e será financiado em 6,5 milhões de euros pelo PRR – Plano de Recuperação e Resiliência.
O projeto foi apresentado pelo município na passada quarta-feira, numa cerimónia em que também foi assinado o contrato da empreitada com a construtora Embeiral. «Aquilo que é atualmente um dos piores bairros sociais do país passará a ser um dos melhores bairros do país. Tudo o que existe vai ser demolido para dar lugar a 51 fogos habitacionais, novas acessibilidades, estacionamento, um parque infantil e todas as comodidades», garantiu o presidente do município. «A transformação deste bairro é um marco que nos deve orgulhar porque devolvemos finalmente dignidade a quem aguarda há mais de 30 anos por habitação condigna. Isto é inclusão», realçou Sérgio Costa, segundo o qual as obras poderão começar no início do próximo ano e terão que estar concluídas «na Primavera de 2026».
O Bairro da Fraternidade foi construído há 49 anos para albergar transitoriamente as famílias oriundas das ex-colónias. A sua reabilitação arrasta-se desde 1995 e resultará agora de uma candidatura do município ao programa 1º Direito no âmbito de um protocolo de colaboração assinado, em 2022, com Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), proprietário das habitações. «Estou certo que ao longo dos últimos 30 anos todos os autarcas quiseram fazer estas obras, mas pelas mais diversas razões, técnicas, financeiras, não conseguiram e nós estamos a conseguir», apontou o autarca guardense.
Sérgio Costa voltou a aludir ao chumbo de um empréstimo de quase 6 milhões de euros pela oposição no executivo camarário para avisar que este financiamento do PRR «ou se gasta aqui ou vai para outro município e a Guarda perde a oportunidade de poder transformar a face deste bairro». O edil independente recordou que a autarquia vai precisar de «pouco mais de 2,3 milhões de euros para completar a totalidade do custo da obra, esperemos que, num futuro próximo, a nossa oposição arrepie caminho e esteja à altura de defender os reais e legítimos interesses da Guarda». Segundo o presidente do município, a empreitada vai decorrer de «de forma faseada», à medida que as famílias que ainda ali residem sejam deslocadas.
A reabilitação do Bairro da Fraternidade é o primeiro projeto a avançar do Plano Municipal para a Habitação, que contempla a construção de 283 fogos de habitação acessível e 166 de habitação social, num total de 449 fogos e 74,7 milhões de euros de investimento nos próximos quatro anos, financiado pelo PRR e pelo BEI (Banco Europeu de Investimento). O IHRU já aprovou outro projeto de 26 fogos de habitação acessível na zona da Estação, cujo projeto está em fase de conclusão, e a autarquia aguarda luz verde para mais iniciativas. «Com este plano arrojado queremos responder a uma necessidade premente, atrair novos residentes, fixar os nossos jovens e dinamizar a economia local», justificou o presidente da Câmara da Guarda.
Bairro da Fraternidade com fim à vista
Câmara da Guarda vai iniciar construção de 51 fogos de habitação social, com apoio do PRR, no início do próximo ano