Os vinhos das regiões do Douro e Beira Interior estiveram em destaque no passado fim-de-semana, na localidade de Poço do Canto (Mêda). A iniciativa “Há Beira e Douro” contou com a participação de cerca de duas dezenas de produtores de vinho e levou centenas de visitantes a esta aldeia situada a menos de 10 quilómetros da sede do concelho. Os vinhos e a gastronomia local foram as estrelas de um evento que também mobiliou a população local.
O presidente da Junta de Freguesia de Poço do Canto, Jorge Lourenço, disse a O INTERIOR que estamos em «zonas desertificadas, pelo que é importante realizarmos este tipo de eventos» em freguesias como a de Poço do Canto, com pouco mais de 300 habitantes. A atividade encerrou a Festa das Vindimas e, para além da presença dos produtores de vinho medenses, esteve «aliada à tradicionalidade com as panelas de ferro, o pão caseiro e o pisar das uvas». Envolver toda a comunidade «dá uma dinâmica diferente do que é o habitual destes eventos», considerou Jorge Lourenço, que gosta de ver em destaque as tradições e valências da sua freguesia. «Mas nas restantes localidades há outras atividades que são importantes recordar», acrescentou.
O “Há Beira e Douro” realiza-se anualmente numa das freguesias do concelho da Mêda, com o objetivo de levar as pessoas a estas localidades com menos população e de promover os vinhos produzidos num concelho fronteira entre estas duas regiões vitivinícolas e a gastronomia local. Para o presidente da autarquia medense, João Mourato, esta «é uma forma de transferirmos para as freguesias algo que poderia realizar-se na sede de concelho», sendo que o Poço do Canto é uma localidade onde faz mais sentido organizar este evento, uma vez que ali se «produz muito vinho e há boas adegas». Também o vice-presidente da autarquia, César Figueiredo, nota que a iniciativa «é para os agricultores e descentralizar aquilo que, muitas vezes fica na Mêda».
Esta é uma forma de «valorizar o que de melhor se faz no território», numa aldeia entre as maiores «do ponto de vista vinícola, em termos de ocupação». Por isso mesmo, o “Há Beira e Douro” valorizou as cerca as duas dezenas de produtores de vinho presentes, produtores de mel, criadores de ovelha churra mondegueira «e muitos outros produtos que fazem a essência dos nossos territórios». De resto, César Figueiredo garantiu que a atividade vai «percorrer o concelho, um ano na Beira Interior, outro no Douro, porque ninguém pode ficar para trás».