O presidente da CP-Comboios de Portugal defende que a reabertura do troço da linha do Douro entre o Pocinho e a Barca d’ Alva é de «grande importância devido ao seu potencial turístico e de coesão territorial». Pedro Moreira esteve em Vila Nova de Foz Côa, na apresentação da edição deste ano da Festa da Amendoeira em Flor e sublinhou que «para nós a reabertura do troço da linha do Douro entre o Pocinho e a Barca d’ Alva é de elevada importância pela coesão territorial que é uma das missões da empresa, mas também, pelo grande potencial turístico que esta linha tem».
O presidente do Conselho de Administração desta empresa pública acrescentou ainda que é preciso «criar condições nesta região para a receção de turistas, com programas diversificados, eventos e monumentos para visitar, porque o potencial é grande». O estudo que foi público para a reabertura desta linha «avançava que eram pelo menos necessários 250 passageiros por dia. Posso dizer que este número representa três carruagens “Schindler” de 2ª classe, cheias. Se observarmos que três destas carruagens vão cheias no verão, depressa percebemos que podemos ultrapassar claramente este número e potenciar esta região, em termos turísticos», especificou. Pedro Moreira acrescentou ainda que «não seria necessário novo material circulante porque o serviço de transporte de passageiros por caminho-de-ferro termina no Pocinho e era só uma questão de proceder ao alargamento deste serviço» por mais 23 quilómetros, por isso «utilizaríamos o mesmo material utilizado até à estação do Pocinho e teríamos de fazer algumas alterações às escalas das tripulações já que se trata de mais tempo de viagem. Se a linha estivesse aberta hoje, a CP poderia implementar o serviço muito rapidamente», sublinhou o responsável pela CP.
Já o presidente da Câmara de Foz Côa, João Paulo Sousa, disse que perante a desativação deste troço de via-férrea «tudo pára no Pocinho e deixa de haver vida daí para a frente até Barca d’Alva. Com o aumento do tráfego na Via Navegável do Douro é importante repensar o número de pessoas que andam por este território, sendo imperiosa a reabertura deste troço da Linha do Douro, para que se possa fazer circular as pessoas nesta região», referiu o autarca. Em 2024, a Infraestruturas de Portugal avançou com a ideia de reabilitação e reabertura do troço Pocinho até Barca d’Alva e em meados do ano passado teve início o contrato para a elaboração do estudo prévio e projeto no valor de cerca de 4 milhões de euros. A linha ferroviária do Douro liga atualmente a cidade do Porto ao Pocinho (171quilómetros) e há vários anos que é defendida a reabertura do troço entre o Pocinho, em Vila Nova de Foz Côa, e Barca d’Alva, em Figueira de Castelo Rodrigo, que foi desativado em 1988.
Presidente da CP defende reabertura da linha até Barca d’Alva
Troço de 23 quilómetros entre Pocinho e Barca d’Alva está desativado desde 1988