Região

Douro rejeita mais atrasos na ferrovia até Barca d’Alva

Linha
Escrito por Efigénia Marques

A Comunidade Intermunicipal (CIM) do Douro recusa mais «derrapagens temporais» e exige explicações ao Governo sobre a requalificação e o «adiamento» para 2029 do projeto de reabertura da linha ferroviária até Barca d’Alva.
A CIM, que agrega 19 municípios, afirmou, em comunicado, que o Douro «lamenta profundamente» que a sua linha ferroviária seja «sujeita a estes recuos inexplicáveis» e acusa o Governo de «falta de verdade» e de «incongruência temporal». Esta tomada de posição surge depois da publicação, em “Diário da República”, da portaria que anuncia «que o procedimento para elaboração do projeto de reabilitação da linha Pocinho – Barca d’Alva foi adiado para 2029». Em consequência, a CIM anunciou que quer explicações do primeiro-ministro e que já solicitou uma reunião com caráter de urgência.
«Depois de ter sido considerada estratégica e assumida como prioridade por vários ministros do Governo, o Douro não aceita que uma portaria agora publicada adie o projeto de execução para 2029», sustenta a comunidade intermunicipal. Na portaria publicada no passado dia 18 de abril, o Governo informa que autorizou a Infraestruturas de Portugal (IP) a avançar com o estudo prévio e projeto de execução da reativação da Linha do Douro, entre Pocinho e Barca d’Alva, numa despesa de 4,2 milhões de euros (mais IVA).
A portaria especifica que o procedimento tem um preço base de 4,2 milhões de euros, despesa à qual acresce o IVA à taxa legal em vigor, e que a repartição da despesa será feita entre 2024 e 2029.
Após esta autorização por parte do Governo, a IP pode avançar com o concurso público com vista à elaboração do estudo prévio e projeto de execução do projeto de reativação de 28 quilómetros entre as estações do Pocinho e Barca d’Alva. Estre troço ferroviário está desativado desde 1988.
Segundo o comunicado da CIM do Douro, esta nova portaria vem adiar «por mais seis anos a conclusão do projeto de execução do troço Pocinho-Barca d’Alva, hipotecando o futuro de uma região Património da Humanidade e que tem no caminho-de-ferro um dos seus mais importantes recursos turísticos e económicos».
A CIM duriense avisa que «a região e o seu desenvolvimento não podem estar sujeitos a estes ziguezagues governamentais», e lamenta «profundamente que a Linha do Douro seja sujeita a estes recuos inexplicáveis».

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Efigénia Marques

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