A despoluição dos rios Diz e Noéme, no concelho da Guarda, está dependente de um investimento de 80 mil euros para a construção de dois tanques de filtragem e das ligações a uma fábrica têxtil. Essa é a solução encontrada pelo município para «resolver um problema ambiental com mais de 30 anos», anunciou o presidente do município na segunda-feira, no final da reunião quinzenal do executivo.
Questionado pela vereadora do PS, Cristina Correia, Carlos Chaves Monteiro assumiu que este assunto está «na prioridade da agenda» da atual maioria, tendo sido trabalhada esta solução «no último ano». O autarca reafirmou que o município está empenhado para resolver «definitivamente» o problema, o que passará pela construção de dois tanques no logradouro da referida fábrica para complementar o equipamento industrial já usado para despoluir o Noéme e o Diz. «Esse tratamento é insuficiente, pelo que as águas lamacentas da empresa seguiriam para os tanques, que têm uma filtragem estratificada, antes de serem encaminhadas para a ETAR de São Miguel já com baixo teor poluente e depois para o rio», adiantou Chaves Monteiro, revelando que foi a empresa que pediu ajuda à Câmara para apoiar na resolução do problema.
«O município não pode financiar a obra de um privado, mas quer ajudar e vamos contactar a Associação Portuguesa do Ambiente (APA) para encontrarmos um financiamento do Estado ou comunitário. Se não houvesse nada na empresa, o investimento necessário seria mais do dobro», disse o presidente, adiantando que outra empresa vai fazer o investimento por sua conta. «Temos detetados todos os focos de poluição nestes rios, que estão a ser monitorizados, e um deles já está a ser tratado, o outro depende de 80 mil euros», sintetizou Chaves Monteiro. O autarca criticou igualmente o investimento, de cerca de um milhão de euros, feito há dois anos pelo município na limpeza das margens do Noéme. «Não me parece que devesse ter sido feito antes da despoluição das águas. Agora o foco é despoluir porque a seguir cá estaremos para devolver mais um espaço de bem-estar e de desenvolvimento ambiental e educacional para a Guarda», prometeu.
Cristina Correia falou do assunto da poluição dos rios Diz e Noéme no período de Antes da Ordem do Dia da sessão camarária, quando questionou o presidente do executivo sobre a falta de resposta a um pedido anterior. Cristina Correia (PS) não ficou satisfeita com a resposta da maioria, que classificou de «um bocadinho vaga». Aguardará, por isso, pela explicação por escrito do que se pretende fazer: «É mais um mandato que passa sem o Noéme estar despoluído», lamentou, lembrando que Álvaro Amaro iniciou os trabalhos de despoluição no início o seu segundo mandato na autarquia. «Gastou-se muito dinheiro em consultadorias sem resultados porque tudo continua na mesma, ou, se calhar, até pior. Qualquer pessoa que vê perfeitamente que aquilo está tudo poluído. Só não vê quem não quer», lamentou a vereadora.
Despoluição dos rios Noéme e Diz dependente de 80 mil euros
Solução estará na construção de dois tanques de filtragem e das ligações a uma fábrica têxtil, um dos focos de poluição, que pediu apoio à Câmara da Guarda para fazer as obras